Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)
159. The moviegoer, Walker Percy (1916-90)
Este foi o romance de estreia do escritor norte-americano Walker Percy, cujas obras são agrupadas no conceito de Ficção filosófica. Os leitores do Blog já leram sobre diversos autores que atingem o sucesso logo na sua primeira produção literária. Tal fato abre portas para novos contratos com editoras, além de repercutir bastante na mídia. Mas, com ele, vem também o peso da responsabilidade em se manter, ou então superar, a qualidade dos primeiros escritos, o que, muitas vezes, não é uma tarefa fácil. O referido livro, lançado em 1961, recebeu o National Book Award no ano seguinte.
A história narra a vida de um economista que vive na cidade de Nova Orleans, convivendo com problemas familiares e com as traumáticas experiências das batalhas na Guerra da Coreia. Fechado em si mesmo, com óbvias dificuldades de relacionamento, ele só encontra satisfação na leitura e, sobretudo, nas idas ao cinema, como indica o título do livro. Todavia, em determinado momento, o personagem resolve sair à procura de Deus. Da mesma forma que nos outros cinco romances escritos por Percy, destaca-se aqui a forte influência do existencialismo, conforme os estudos filosóficos do dinamarquês Sören Kierkegaard (1813-55), em que é privilegiada a realidade concreta do indivíduo, em detrimento da adoção de conceitos abstratos.
Percy era psiquiatra graduado pela prestigiada Universidade de Columbia. Quando contraiu tuberculose, ele resolveu abandonar a profissão e se dedicar unicamente à escrita. Sua adolescência foi brutalmente marcada pelos suicídios do pai (o avô também havia feito o mesmo) e da mãe, quando ela lançou deliberadamente o carro de uma ponte. É inevitável que tais tragédias deixem fortes marcas na vida de qualquer pessoa, tendo sido certamente um dos motivos para que o autor abraçasse os temas filosóficos. Percy, já glorificado como dos maiores escritores do país, veio a falecer de câncer da próstata. Não existe ainda (2024) versão dessa obra para a língua portuguesa.
Língua tonganesa (2)
Os verbos em tonganês não se conjugam. Para indicar um tempo verbal são incorporadas partículas antes dos verbos. Não há o verbo “ser”, que também é ausente, por exemplo, em línguas eslavas na construção do tempo presente. Como é comum em muitos idiomas falados na região do Pacífico, existem diversas regras de formalidade, conforme o status social, político, financeiro e religioso do interlocutor. Uma verdadeira loucura para quem tenta aprender o idioma. Como já visto em outras línguas do ramo polinésio, os pronomes pessoais se distribuem nas categorias de singular, dual e plural. Quantoaos possessivos, são divididos nos atributos de alienável e inalienável, já comentados em Posts anteriores. A reduplicação de sílabas é frequente em tonganês, não apenas para indicar o plural. Ela é usada na transformação do sentido de verbos (kakau: nadar, kaukau: tomar banho) e em nomes de cores, à semelhança do samoano (uliuli: preto, melomelo: castanho, kulokulo: vermelho). Finalmente merece destaque a questão dos artigos, os quais têm uma formulação bastante especial: artigo indefinido não específico, artigo indefinido específico e artigo definido. Parece confuso? De fato, é. Como sempre, exemplos podem ajudar a clarear esta situação: ko ha fale (uma casa, na expressão genérica), ko e fale (casa específica só para o falante, sendo que o ouvinte não sabe qual é) e ko e falé (casa específica, tanto para o falante quanto para o ouvinte).
Dias da semana: mōnite, tūsite, pulelulu, tu’apulelulu, falaite, tokonaki, sāpate. São diferentes de todas as outras línguas polinésias. Com relação ao calendário dos meses, eles existem em número de 13, pois são determinados conforme as épocas de plantio e colheita da batata-doce, que é o principal produto agrícola do país.
Números de 1 a 10: taha, ua, tolu, fā, nima, ono, fitu, valu, hiva, hongofulu. Para os números de dois dígitos, existem duas formas de nomenclatura: a completa e a simplificada, também chamada de telefônica. Por exemplo, onze é hongofulu ma taha (“dez mais um”) ou então taha e taha “um e um”.
Algumas expressões: Mālō e lelei (Olá; literalmente “congratulações por estar bem”), Mālō e lelei he pongipongi ni (Bom dia; literalmente “congratulações por estar bem nesta manhã”), Kātaki (serve para “por favor” e para “desculpe”), Alu ā ē (Até logo, falado pela pessoa que parte), Nofo ā ē (Até logo, falado por quem fica; existem diversas outras expressões, em dependência do grau de formalidade), Ikai mahino (Eu não entendo), Ofa atu (Eu te amo), Mālō (Obrigado; nome fácil, simples e sonoro).
Vencedores do Prêmio Pulitzer de Ficção (6)
1944: Martin Flavin (1883-1967), dramaturgo e jornalista, livro premiado Journey in the dark, o qual conta a história de um garoto que se transforma em rico empresário às custas de negócios ilícitos.
1945: John Hersey (1914-93), um dos introdutores do “Novo jornalismo” nos EUA, que consiste no uso de técnicas de redação de livros para confecção das reportagens. Nasceu na China – filho de pais missionários – onde viveu até os dez anos. O livro premiado no Pulitzer foi sua primeira produção literária: A bell for Adano, que se passa no contexto da ocupação de uma cidade siciliana por tropas aliadas durante a Segunda Guerra Mundial.
1946: não houve concessão do prêmio.
1947: Robert Penn Warren (1905-89), livro “Todos os homens do rei” (All the king’s men), que já foi apresentado no Post 237, como parte da Lista de Melhores Livros. A obra descreve a trajetória política de um governador fictício do Sul dos EUA durante a década de 1930 (Grande Depressão). Warren recebeu também dois Prêmios Pullitzer de Poesia.
1948: James A. Michener (1907-97), livro Tales of the South Pacific, que relata sua própria experiência como oficial da Marinha nas viagens pelo Pacífico por ocasião da Segunda Guerra Mundial. Existe o registro (que pode ser uma anedota) de que ele era designado para missões de grande responsabilidade durante a guerra por acharem que era filho de um famoso almirante Mitscher.
Frase para sobremesa: O pessimismo é fácil demais, até mesmo delicioso, o emblema e enfeite dos intelectuais em toda parte. Exime as classes pensantes de buscar soluções (Ian McEwan, 1948-).
Até a próxima!