Post-263

Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)

158. Édipo em Colono (Οἰδίπους ἐπὶ Κολωνῷ, Oidipous epi Kolōnō), Sófocles (ca. 496 a.C – ca. 405 a.C.)

A peça “Édipo em Colono” faz parte da chamada “Trilogia Tebana” (da cidade de Tebas) composta, na ordem cronológica, pelas obras “Édipo Rei” (v. Post 157), “Édipo em Colono” e “Antígona”. A referida peça só foi concluída pouco antes da morte do autor, tendo sido encenada postumamente. Ela descreve o fim da trágica vida de Édipo, morto na vila de Colono. Já cego, ele foi expulso de Tebas pelos seus próprios filhos, sob alegação de que os crimes de parricídio e incesto trariam desgraça para a cidade, em um enredo típico das famosas tragédias de Sófocles.

Obviamente sabe-se pouco sobre a vida do autor, o grande dramaturgo grego, que teria nascido em uma família abastada (o pai era fabricante de armas), provavelmente na aldeia de Colono (Hipus Kolonós), próxima a Atenas, tornando-se uma personalidade bastante conhecida e benquista na região. Escreveu mais de cem peças, das quais apenas sete sobreviveram de forma completa. Como era tradição na época, os textos eram declamados em concursos, dos quais Sófocles ganhou algumas dezenas. Era o período do apogeu da cultura helênica, sob a liderança do estadista ateniense Péricles (495-429 a.C.) Sófocles faleceu bastante idoso, na idade aproximada de 90 ou 91 anos.

São várias as traduções publicadas no Brasil e vertidas diretamente da língua grega. As mais recentes são: Donald Schüler (L&PM, 2003), Trajano Vieira (Perspectiva, 2005), Mário da Gama Kury (Zahar, 2009) e Jaa Torrano (Ateliê, 2024, edição bilingue).

Língua tonganesa (1)

É o idioma falado na ilha de Tonga, juntamente com o inglês, ambos designados como oficiais. Estima-se que cerca de 200 mil pessoas falem o tonganês, a maior parte delas no próprio país, mas também com um grande contingente na Nova Zelândia. O arquipélago de Tonga (capital: Nuku’alofa) é formado por 170 ilhas, das quais apenas 40 são habitadas. O país possui uma área de 748 km2 e população superior a cem mil habitantes. É curioso destacar que se trata de uma monarquia, o que é algo raro na região do Pacífico. Tonga apresenta registros arqueológicos de ocupação humana desde 3.000 a. C. No século XIII foi o centro de uma antiga civilização que se estendia até as ilhas do Havaí. Os primeiros europeus a avistarem o arquipélago foram os holandeses, em 1643, comandados pelo famoso navegador Abel Tasman (cujo nome é homenageado pela ilha Tasmânia, localizada ao sul da Austrália). Contudo, os tripulantes não desembarcaram nas ilhas temendo represálias por parte dos nativos. Quem deu esse passo foi o inglês James Cook, o notável descobridor da maior parte das ilhas do Pacífico, que esteve em Tonga em 1773. A monarquia foi instalada no país em 1875, sendo que em 1900 foi estabelecido um tratado de amizade com a Coroa Britânica. Cinco anos depois Tonga se tornava um protetorado do Reino Unido, conseguindo a independência em 1970.

A língua tonganesa (Lea Faka-Tonga) apresenta similaridades com outros idiomas do ramo polinésio, notadamente o havaiano, maori, samoano e taitiano. Seu alfabeto, também escrito em caracteres latinos, possui 16 letras (5 vogais e 11 consoantes). Como já apontamos em Posts anteriores, o destino das letras R e L toma rumos distintos em grande parte das línguas polinésias: quase sempre ambas as letras se uniram, sendo que algumas línguas registram ortograficamente apenas o L e outras somente o R. No tonganês a situação é distinta, pois essas duas consoantes não se uniram, sendo mantido o L e perdido o R. As primeiras tentativas da formação de uma língua escrita foram conduzidas por missionários holandeses. À semelhança das outras línguas do grupo, a ordem das palavras na frase é V-S-O (por exemplo, li eu um livro). A acentuação recai geralmente na penúltima sílaba, mas ela pode se alterar na presença de pronomes demonstrativos. Assim: fále (casa) e falé ni (esta casa). A presença britânica no arquipélago levou à formação de curiosas palavras: taiamoni (“diamond”), kolossi (“cross”), haati (“heart”), fāmili (“family”) e, a minha favorita, hisitolia (“history”). Ora, pensando bem, a língua é deles e, sendo assim, eles formam as palavras que quiserem. Um termo conhecido em todo o mundo, de origem tonganesa, é “tabu”, corruptela de tapu, que significa “proibição religiosa”. Diz a história que foi o capitão James Cook (de novo ele?) quem divulgou a palavra no ambiente da língua inglesa. (continua)

Vencedores do Prêmio Pulitzer de Ficção (5)

1939: Marjorie Kinnan Rawlings (1896-1953), livro The Yearling, história de um garoto que adota um cervo órfão (yearling: palavra inglesa para um animal bebê). Rawlings, pessoa muito tímida e que detestava a vida urbana, escreveu obras quase sempre relacionadas a temas rurais. Sua herança foi doada para a Universidade da Flórida em Gainesville.

1940: John Steinbeck (1902-68), um dos gigantes da literatura norte-americana, premiado com o Nobel em 1962 (v. Post 45). O livro que lhe rendeu o Pulitzer foi o célebre “As vinhas da ira” (The grapes of wrath), que narra a migração para a Califórnia de uma família de agricultores. O filme homônimo, de 1940, foi também um marcante sucesso.

1941: não houve premiação.

1942: Ellen Glasgow (1873-1945), livro In this our life, que retrata a história de uma família aristocrática em decadência, principalmente após o fracasso de dois casamentos. Glasgow, que nunca se casou, escreveu cerca de vinte romances.

1943: Upton Sinclair (1878-1968), livro Dragon’s teeth, dentro de uma série de obras no contexto do crescimento do nazismo na Alemanha e em parte da Europa. Sinclair, que era também político – tendo se candidatado ao governo da Califórnia – se considerava como um poeta, embora tenha escrito dezenas de romances. Passou por três casamentos e gerou um filho. Seu nome não deve ser confundido com o de Sinclair Lewis, Prêmio Nobel em 1930 (v. Post 19) e Prêmio Pulitzer em 1926 (v. Post 260).

Frase para sobremesa: Quando me param na rua, em uma praça ou no trem para me perguntar quais livros ler, eu sempre respondo: “Leia aquilo que te apaixone, essa será a única coisa que te ajudará a suportar a existência” (Ernesto Sabato, 1911-2011).

Bom descanso!

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