Post-260

Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)

155. Collected poems of W.B. Yeats (William Butler Yeats, 1865-1933)

Considerado como sendo o poeta nacional da Irlanda, Yeats (pronúncia: iaits) desenvolveu grande parte de sua obra com base em mitos e folclores irlandeses. Ele foi laureado com o Prêmio Nobel de Literatura em 1923. Embora tenha sido um dos principais artífices do Renascimento Literário Irlandês, Yeats reprovava o estilo modernista do verso livre, preferindo utilizar as formas poéticas tradicionais. Como não era raro na época, Yeats e seus irmãos foram inicialmente educados em casa. Seus primeiros poemas, escritos na idade de 18 anos, foram publicados em revistas de universidades. Em 1889 apaixonou-se por Maud Gonne, atriz, herdeira de uma grande fortuna e ardente nacionalista, da mesma maneira que Yeats também o era. Reza a história que Maud foi pedida oficialmente três vezes em casamento (e talvez mais umas dezenas de vezes de forma não oficial), tendo sempre recusado. Conta-se também que, em 1917, portanto com 52 anos de idade, ele voltou à carga, mas desta feita com a filha de Maude, que também declinou da proposta de casamento. De fato, Yeats devia ser um escritor bastante persistente.

Um ano antes do recebimento do Nobel, Yeats tornou-se Senador da República (concordo com vocês em como é feliz a nação que tem como um de seus senadores um laureado com o Nobel de Literatura; antes de fechar o parêntese: o primeiro presidente da República da Irlanda, Douglas Hyde, que governou de 1938 a 1945, era, além de político, um aclamado escritor, linguista e professor universitário da língua gaélica, o idioma original da Irlanda). Na fase madura de sua vida, Yeats passou a se dedicar com mais intensidade a um amplo misticismo, incluindo as facetas do hinduísmo, espiritismo e ocultismo. Cabe ainda destacar que Yeats foi um dos fundadores do renomado Teatro Nacional da Irlanda, mais conhecido como Abbey Theatre. Já sofrendo de um conjunto de enfermidades, ele acabou falecendona cidade francesa de Menton, onde foi provisoriamente enterrado. Conforme seu desejo expresso, os restos mortais foram posteriormente levados até a cidade irlandesa de Sligo, onde ele passara infância e adolescência. Seu epitáfio, conhecido pelo lirismo, é a parte final de um dos seus poemas. Como se trata de versos, prefiro colocar aqui o texto original, seguido da tradução: Cast a cold eye on Life, on Death; Horseman, pass by! (Lança um olhar gélido à Vida, à Morte; Cavaleiro, segue em frente!).

Existem inúmeras traduções de poemas de Yeats para o português, mas não uma compilação completa, conforme o título do livro em pauta. Podem ser lembrados: “Poemas de W.B. Yeats”, tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos, Editora Art (1987) e “Os poemas de W.B. Yeats em português”, tradução de Alessandro Baruffi, Literary Joint Press (2022).  

Línguas da Polinésia Francesa

Neste Post finalizaremos a apresentação dos principais idiomas falados na Polinésia Francesa. Recordemos os cinco arquipélagos que compõem a gigantesca superfície aquática de 2,5 milhões de km2 e a área terrestre de apenas 4.200 km2:  Ilhas da Sociedade, Ilhas Tuamotu, Ilhas Marquesas, Ilhas Austrais e Ilhas Gambier. Os três primeiros já foram cobertos nos Posts anteriores, vamos agora aos dois últimos.

Ilhas Austrais

Possui área de 150 km2. e população de 7.000 pessoas.  Como o nome indica, é o arquipélago situado mais ao sul da Polinésia Francesa. Nosso já tão conhecido James Cook também esteve por lá, em 1769, mas não desembarcou por receio à reação dos nativos. As ilhas foram colonizadas tardiamente, após a passagem de diversas embarcações baleeiras. Especialistas indicam que há fortes similaridades culturais entre as ilhas Austrais, Sociedade e Cook. A atividade de turismo nessas ilhas remotas ainda é embrionária.

Dentre as línguas e dialetos falados nas Austrais, o mais relevante é o idioma rapa, que não deve ser confundido com o rapa nui (Ilha da Páscoa), que veremos brevemente. A língua rapa, utilizada por cerca de mil pessoas,possui semelhanças estruturais, mas não fonéticas, com o maori e o taitiano. A maior curiosidade do idioma é a existência de três variantes: o rapa antigo, falado por pessoas acima de 60 anos, o reo rapa, que é uma mescla entre o rapa e o taitiano, e o rapa novo, uma versão revitalizada do rapa antigo, usado por pessoas até 50 anos de idade. Curiosíssimo. E como ficam as festas de família nessa embolada de variantes linguísticas?

Números de 1 a 10, na variante antiga e na nova: ta’i/hō’ē, rua/piti, toru (para ambas), ā/maha, rima/pae, ono, itu/hitu, varu/va’u, iva, rongouru/ahuru.     

Ilhas Gambier

Com área de 30 km2 e 1.400 habitantes, é o menor dos arquipélagos da Polinésia Francesa. O nome homenageia um almirante britânico do século XIX. A principal ilha, Mangareva, também designa o idioma, falado por apenas 600 pessoas. Pelo fato de ter sido uma das últimas ilhas a serem colonizadas, o mangareva conseguiu manter uma boa pureza idiomática.

Números de um a dez (já vão nos parecer bem conhecidos): e tahi, e rua, e toru, e ha, e rima, e ono, e hitu, e varu, e iva, rogouru.  Algumas expressões: Ena koe (olá) e Mārō’i (obrigado).

Vencedores do Prêmio Pulitzer de Ficção (2)

1924: Margaret Wilson (1882-1973), missionária religiosa e professora, livro The Able McLaughlins (sua primeira obra publicada), que relata a vida dos pioneiros escoceses em Iowa durante a Guerra Civil Norte-Americana (1861-65);

1925: Edna Ferber (1885-1968), descendente de família judia húngara, sofreu ataques de antissemitismo nos EUA, livro “Tão grande” (So big), inspirado na vida de uma mulher pertencente à comunidade holandesa de um subúrbio de Chicago;

1926: Sinclair Lewis(1885-1951), primeiro autor das Américas a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1930 (v. Post 19), autor de seis romances, livro premiado no Pulitzer “Dr. Arrowsmith” (Arrowsmith), que aborda a cultura da ciência no ambiente médico. Ele recusou o Prêmio Pulitzer, insatisfeito pelo fato de seu primeiro livro “Rua principal” (Main Street), publicado em 1920 – grande sucesso de crítica e público – não ter ganhado o Pulitzer na ocasião;  

1927: Louis Bromfield (1896-1956), fazendeiro, ambientalista, um dos pioneiros no desenvolvimento da Agricultura Sustentável nos EUA, livro Early Autumn, que descreve a vida de uma rica família norte-americana e as mudanças na sociedade após o término da Segunda Guerra Mundial. O autor alterou a grafia original de seu sobrenome (Brumfield) a fim de torná-lo mais elegante (?!?). 

1928: Thornton Wilder (1897-1975), ganhador de outros dois Prêmios Pullitzer de Dramaturgia, recebeu o prêmio de Ficção pelo aclamado livro “A ponte de San Luis Rey”, o qual apresenta marcantes reflexões sobre eventos trágicos que vitimam pessoas inocentes – sem relacionamento entre si – a exemplo do fictício desmoronamento de uma ponte no Peru, onde se encontravam cinco pessoas. 

Frase para sobremesa: Eu tenho a teoria de que a verdade nunca é dita durante o horário comercial (Hunter S. Thompson, 1937-2005).

Até a próxima!

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