Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)
152. Um estranho no ninho (One flew over the cuckoo’s nest), Ken Kesey (1935-2001)
Considerado como um clássico da contracultura norte-americana, o livro relata a história de um preso que escapa da condenação fingindo-se de louco. Internado em um hospício – sob a tutela de uma sádica enfermeira-chefe – ele compreende que sua escolha não foi acertada. A obra, que é narrada por um dos pacientes, é baseada na própria experiência do autor quando participou de pesquisas científicas com drogas psicoativas em um centro psiquiátrico da California.
Este livro, cujo curioso título original é baseado em uma cantiga popular, é um emblemático exemplo de como uma obra literária fica muito menos conhecida do que a sua adaptação cinematográfica, em premiada película ganhadora de cinco Oscars (1975), dirigida pelo tcheco Milos Forman (1932-2018) e tendo no elenco as marcantes atuações de Jack Nicholson (1937-) e Louise Fletcher (1934-2022), no papel da enfermeira-chefe. Antes ocorrera uma aclamada adaptação teatral na Broadway (1963), portanto no ano seguinte ao do lançamento do livro.
Esta foi o primeiro romance escrito por Ken Kesey (Kenneth Elton Kesey), que publicou um total de cinco livros. De fato, ele iniciou muito bem sua carreira literária, com um estrondoso sucesso da crítica que cumulou de elogios aquela fascinante parábola sobre o bem e o mal. Kesey, que estudou Jornalismo na Universidade de Oregon, teve uma vida atribulada, principalmente em relação ao consumo de psicotrópicos. Filho de fazendeiros, ele chegou a ser preso por este vício e pela estranha acusação de ter simulado um suicídio. Kesey morreu de câncer no fígado com a idade de 66 anos. Os leitores dos nossos Posts têm acompanhado diversos exemplos de como destacadas obras literárias são criadas por pessoas de comportamento aparentemente pouco exemplar. Mas não julguemos, apenas apreciemos suas valiosas contribuições à cultura universal.
Duas editoras brasileiras publicaram este famoso livro: a Record (inclusive no seu selo Amarcord) e a BestBolso, ambas com a tradução de Ana Lúcia Deiró.
Língua taitiana (2)
Os artigos definidos são Te (singular), Tau na (dual) e Te mau (plural). Para os artigos indefinidos a ordem é Te tahi, nau e Te mau, este último idêntico ao artigo definido. Isto significa que, por exemplo, “as casas e umas casas” são ambas expressas por Te mau fare. Uma outra peculiaridade do idioma taitiano é a existência de partículas, colocadas no início da frase, para indicarem os modos verbais. Por exemplo: e (indica o aspecto contínuo, com a ação em desenvolvimento), ua (ação terminada), ia (exprime desejo ou condição), a (comando, obrigação), eiaha (imperativo negativo), ā (condição hipotética), aita (negação). Os adjetivos, que sempre vêm depois do nome, variam conforme sejam singular, dual ou plural. Assim: roa (comprido, singular), roroa (dual) e roaroa (plural). Observem a reduplicação de palavras para exprimir estas condições. Outro exemplo: poto (curto), popoto e potopoto. Nos pronomes possessivos acontece a já vista separação entre posses alienáveis (nas quais a propriedade pode ser transferida, como livro, carro) e inalienáveis (que são parte integral de algo, a exemplo de perna, mãe). Portanto o pronome meu é distinto nas expressões “meu livro” e “meu pai”.
Uma curiosa característica da língua taitiana é o respeito dedicado aos nomes de grandes líderes. Se, por acaso, alguma palavra se assemelhar ao nome próprio do homenageado, quem deve mudar é a palavra e não o nome do dirigente. Um exemplo clássico é o verbo tū, que por ser a sílaba inicial do rei Tūnui, unificador e primeiro soberano do Tahiti (1753-1803), foi readaptado para ti’a. Como este rei também tinha a alcunha de Pō-mare, a primeira sílaba pō foi transformada em ru’i para designar “noite”. A propósito, o cognome Pō-mare significa “tosse noturna”, comovente forma encontrada pelo rei para homenagear a filha que morrera de tuberculose.
Dias da semana: Te monirē, Te mahana piti, Te mahana toru, Te mahana maha, Te mahana pae, Te mahana māa, Te tāpati.
Números de 1 a 10: ho’e, piti, toru, maha, pae, ono, hitu, va’u, iva, ahuru.
Algumas expressões: Ia ora na (olá e bom dia), Mauea (bem-vindo), Nānā (até logo), Aita i papu ia’u (eu não entendo), Eé (desculpe), Ua here vau ia oe (eu te amo), Māuruuru (obrigado).
Prêmios literários da língua inglesa (1)
Após a apresentação dos prêmios literários mais relevantes nas línguas portuguesa (Prêmio Camões) e espanhola (Prêmio Cervantes), abordaremos agora as premiações na língua inglesa. E elas são muitas. Como o espaço que temos nos Posts é limitado (e é bom que assim o seja), não existem condições para um detalhamento completo dessas premiações. Escolhemos, portanto, aquelas que, a nosso juízo, são as mais relevantes:
Prêmio Pulitzer: esta é, certamente, a premiação mais conhecida no idioma inglês, apesar de só galardoar obras publicadas nos EUA. Na verdade, são vários os Prêmios Pulitzer, que se distribuem em sete modalidades pertencentes às áreas de jornalismo, literatura, teatro e música. O troféu que mais nos interessa é, obviamente, o Prêmio Pulitzer de Ficção. A premiação foi criada por um abastado jornalista húngaro (Joseph Pulitzer, 1847-1911), que emigrou para os EUA aos 17 anos de idade. Essa notável personalidade literária foi um dos maiores defensores do conceito de “liberdade de imprensa”. Em 1901 ele legou um milhão de dólares (na época um valor astronômico) à Universidade de Columbia, em Nova Iorque, destinados à criação de uma escola de Jornalismo. A implantação do famoso prêmio só ocorreu postumamente, em 1917, seguindo o desejo expresso por Pulitzer em seu testamento. Até hoje a premiação permanece sendo administrada pela Universidade de Columbia (continua).
Frase para sobremesa: O amor é uma forma de conversação em que as palavras agem em vez de serem faladas (D.H.Lawrence, 1885-1930).
Bom descanso!