Post-255

Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)

150. O vento nos salgueiros (The wind in the willows), Kenneth Grahame (1859-1932)

Esta obra é um clássico da literatura infantil, um gênero que não costuma fazer parte de listas de melhores livros. Foi escrita pelo escocês Grahame na forma de cartas para seu filho e publicada em 1908. A trama é composta por quatro personagens antropomórficos, ou seja, quando são atribuídas características humanas aos animais: toupeira, rato, sapo e texugo. Este grupo protagoniza variadas aventuras em regiões de rios e florestas, destacando valores como lealdade, persistência e amizade. Um dos capítulos mais conhecidos é The piper at the gates of dawn (“o flautista às portas do amanhecer”), que foi o título dado pela banda britânica de rock Pink Floyd ao seu álbum de estreia (1967).

O escritor Grahame teve uma infância difícil, sendo educado pelos avós. O livro “O vento nos salgueiros”, a mais famosa das apenas quatro obras que publicou, foi escrito para seu único filho Alastair, que, ainda jovem, ficou cego de um olho e teve graves problemas de saúde. O rapaz acabou se suicidando, o que levou os pais a viajarem por muitos anos pela Itália, na qualidade de um processo de luto. Grahame, que estudou o ensino fundamental em uma escola na cidade de Oxford, teve de interromper sua formação por falta de condições financeiras. Ele teve somente um emprego na vida, como funcionário do Bank of England (1879-1908). Com o sucesso de vendas do seu livro infantil, ele resolveu se aposentar do seu serviço. Grahame faleceu devido a uma hemorragia cerebral.

Existem diversas adaptações do livro para o cinema e séries de TV, quase todas como filmes de animação. A única filmagem com atores foi dirigida pela norte-americana Rachel Talalay (1958-), tendo o britânico Matt Lucas (1974-) no papel principal. 

Dentre as traduções disponíveis no Brasil podem ser citadas a do escritor e jornalista Ivan Ângelo (1936-), publicada pela Editora Moderna em 1998, e a de Alessandra Esteche (Editora Principis, 2021).

Língua maori das Ilhas Cook

O idioma maori das Ilhas Cook, também conhecido como rarotongan, é uma língua distinta do maori da Nova Zelândia, apresentado nos dois Posts anteriores. Ele é falado por cerca de 25.000 pessoas nas Ilhas Cook e, em menor escala, na Nova Zelândia e na Austrália. Desde 2003 é uma das línguas oficiais deste arquipélago, juntamente com o inglês.

As Ilhas Cook, que possuem uma área total de 237 km2 são um Estado associado da Nova Zelândia. Descobertas pelo famoso navegador James Cook em 1773, elas se tornaram um Protetorado Britânico em 1888, sendo integradas à Nova Zelândia em 1901 e passando a ser um território associado em 1965, usufruindo assim de uma razoável autonomia interna. A capital Avarua está localizada no atol de Rarotonga, o qual veio a designar uma variante para o nome da língua.

O idioma tem fortes afinidades com o maori da Nova Zelândia e com o taitiano. Malgrado a pequena superfície do arquipélago, a língua possui oito dialetos, um dos quais (pakapukan) será apresentado mais à frente. O alfabeto possui 13 letras (em contraste com as 15 letras do maori da Nova Zelândia), a saber: A,E,Ng,I,K,M,N,O,P,R,T,U,V. Em alguns dialetos das ilhas existem letras adicionais, como F, S e H. Os mácrons (traços horizontais que indicam vogais longas) não são usados com frequência. O idioma está claramente ameaçado de extinção, dado que as gerações mais jovens dão preferência ao emprego do inglês. A forma escrita do maori das Ilhas Cook foi estruturada em 1830, a partir da iniciativa de grupos de missionários.   

A conhecida expressão Kia ora, vista no maori da Nova Zelândia como uma ampla forma de saudação, aqui se transforma em Kia orana. Para se despedir usa-se aere ra (dito por quem está saindo) e no’o ra (dito por quem fica). Certamente, como vocês se lembram dessas expressões no maori neozelandês, verificam que são muito semelhantes em ambos os idiomas. “Por favor” é Inē e “desculpe-me” é um pouco mais longo: Tatarā’ara. A existência de todas as vogais e de poucas consoantes no alfabeto faz com que o linguajar tenha uma sonoridade infantil. A palavra para “obrigado” é Meitaki. Seguem algumas outras traduções para que possamos acostumar melhor os ouvidos. Os “pais” são designados por Pāpā e Māmā. Já para irmãos a situação se complica um pouco: Tua’ike (da irmã para o irmão) e Tungāne (no sentido contrário). Amigos são Au’ao. Curiosamente a palavra “igreja” segue as etimologias grega e latina: Ekalesia.

Dias da semana: na versão oficial são usados os mesmos nomes do maori neozelandês. Na versão adaptada, que é aquela mais usada pela população, tem-se: Mane, Tūrei, Wekerei, Tāite, Paraire, Rāterei e Wiki.  Finalmente os números de 1 a 10: ta’i, rua, toru, ā, rima, ono, itu, varu, iva, ta’inga’uru. Observa-se que apenas o número dez apresenta uma forte diferença para com o maori neozelandês.

Língua pakapukan

Embora alguns linguistas considerem esta língua como sendo um dialeto do maori neozelandês, outros a classificam como um idioma separado. De qualquer forma, as semelhanças são muito fortes. Ela é falada por aproximadamente duas mil pessoas no atol de Pakapuka, de apenas três km2 e localizado a mais de mil quilómetros a noroeste do principal atol do país, o de Rarotonga. Uma das principais características do alfabeto é a de não possuir a letra R (que é convertida para L) e de contar com o y. Vejamos, por exemplo, os números de 1 a 10: tayi, lua, tolu, wā, lima, ono, witu, valu, iva, laungaulu. Obviamente o atol principal é designado como Lalotonga. Sim, o idioma é ensinado nas escolas. Não há como deixarmos de nos lembrar do conhecido personagem Cebolinha das histórias em quadrinho, o qual, quem sabe, teve ancestrais pakapukaneses.    

Nomes de grãos e sementes em algumas línguas (2)

Ordem das traduções: inglês, francês, espanhol, italiano, alemão e russo.

Girassol: sunflower, tournesol, girasol, girasole, Sonnenblume, ПОДСОЛНЕЧНИК (podsolnietchnik);

Linhaça: linseed, graine de lin, linaza, semi di lino, Leinsamen, ЛЯНЯНОЕ СЕМЯ (lianianoe semiá);

Milho: corn, maïs, maíz, mais, Mais, КУКУРУЗА (cucuruza);

Painço: millet, millet, mijo, miglio, Hirse, ПРОСО (prosso);

Quinoa: quinoa, quinoa, quinua, quinoa, Quinoa, ЛЕБЕДА (liebieda);

Soja: soy, soja, soja, soia, Soja, СОЯ (soia);

Trigo: wheat, blé, trigo, grano, Weizen, ПШЕНИЦА (pchienitsa).

Frase para sobremesa: O hábito pode levar o homem a muitos erros, mas não justifica nenhum (Henry Fielding, 1707-54).

Bom descanso!

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