Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)
149. Suave é a noite (Tender is the night), F. Scott Fitzgerald (1896-1940)
No Post 115 já havia sido apresentado “O grande Gatsby”, a obra mais conhecida de Fitzgerald. O autor norte-americano Francis Scott Key Fitzgerald, de origem irlandesa, como indica o sobrenome com a raiz Fitz (“filho de”), publicou apenas quatro romances, além de mais de uma centena de contos. Antes de “O grande Gatsby”, ele já ficara conhecido por duas obras: This side of Paradise (1920) e The beautiful and the damned (1922). Após o sucesso de “O grande Gatsby”, que, contudo, não veio de imediato, ele esperou longos nove anos para lançar o romance seguinte “Suave é a noite”, que veio a ser seu último livro completo. Esta obra derradeira só foi aclamada pela crítica muitos anos após a morte do autor. Alcoólatra durante toda a vida adulta, ele veio a falecer, com apenas 44 anos, em consequência de um ataque cardíaco.
O livro “Suave é a noite” (em Portugal “Terna é a noite”, fiquem à vontade para escolher qual seria a melhor versão do título) foi escrito lentamente em capítulos espaçados no tempo, tendo sido lançado em 1934. O cenário onde se passa a trama é a região mediterrânea do sul da França. A obra narra a trágica história de um bem-sucedido psiquiatra norte-americano, cuja carreira profissional é interrompida devido ao casamento com uma paciente bastante rica, mas portadora de neuroses decorrentes de um relacionamento incestuoso com o próprio pai. Trata-se de um romance sombrio, assim como era também a vida do autor, cuja esposa fora hospitalizada com quadros de esquizofrenia. Soma-se a isto o já mencionado vício pelo álcool, consumido de maneira desenfreada, o que certamente contribuiu para sua morte prematura. A imagem de que Fitzgerald passava os dias (e as noites) em festas ininterruptas, sempre ao som das músicas de jazz, lhe rendeu o epíteto de “escritor mais festivo dos EUA”. Merece destaque o fato de “Suave é a noite” se constituir em um dos primeiros livros da literatura moderna a abordar a questão da psicanálise e dos tratamentos psiquiátricos.
Existem, na verdade, duas versões desse livro: a original (1934), com um elevado número de flashbacks, que por vezes confundem o leitor, e a corrigida, (1951), feita por um crítico literário – conforme orientações do autor – em que os capítulos são ordenados de forma cronológica
A adaptação cinematográfica mais conhecida é a de 1962, dirigida por Henry King (1886-1982), tendo no elenco Jennifer Jones (1919-2009), Joan Fontaine (1917-2013) e Jason Robards (1922-2000). À exceção deste último, tanto o diretor quanto as duas atrizes principais, morreram com mais de 90 anos de idade, algo inusitado para os padrões da época.
Quanto às traduções, existe a versão pioneira de Ligia Junqueira (1983, Abril Cultural) e as edições mais recentes de Solange Pinheiro (2019, Martin Claret) e de Sérgio Flaksman (2023, Penguin).
Língua maori (2)
O alfabeto maori, à semelhança daquele das outras línguas polinésias, é muito curto, com apenas 15 letras, na seguinte ordem: A,E,H,I,K,M,N,O,P,R,T,U,W,Ng e Wh. À diferença do havaiano, no maori não existe a letra “L”, mas, em compensação tem-se “R” e “T”. Observa-se que as últimas duas letras são, na realidade, dígrafos: Ng soa como um “N” longo, enquanto Wh soa como “F”. Existem ainda as vogais longas, sempre marcadas por um mácron: Ā, Ē, Ī, Ō, Ū.
Para a representação gráfica dos nomes em inglês (idioma com 24 consoantes, contra apenas 10 do maori) são feitas adaptações. Por exemplo, “Presbyterian” é expresso como Perehipeteriana e “Christmas” é Kirihimete. Os dois dialetos principais, Norte e Sul, são mutuamente compreensíveis, o que muda são as características fonéticas. Como vimos para o havaiano (Post 252), os verbos não são conjugados, não há distinção de gênero e a ordem das palavras na frase é V-S-O. Também os pronomes pessoais seguem as formas singular, dual e plural. Para “nós” existem as variações inclusiva e exclusiva. Eles são muito semelhantes aos do havaiano, com eventuais trocas de algumas letras.Mas nos pronomes genitivos (que indicam posse) existem formas para possessões inalienáveis (como pé e mãe, ou seja, representação de termos que não podem ser removidos) e aquelas alienáveis (por exemplo livro).
O plural pode ser formado em alguns casos por reduplicação e em outros pelo alongamento da sílaba tônica (wahine, mulher, se converte no plural em wāhine).
Os artigos definidos são Te (singular) e Ngá (plural), ao passo que os indefinidos são, respectivamente, Tētahi e Ētahi. A palavra para saudação é, genericamente a já mencionada expressão Kia ora. No entanto, também podem ser usados: Tēnā koe (quando se saúda uma pessoa), Tēnā kōrua (para duas pessoas) e Tēnā koutou (para três ou mais pessoas). Sensacional. A construção da forma negativa é complexa, já que existem diversas partículas de negação, conforme se tem o sentido de “nunca” ou se usa um “imperativo” ou ainda se se trata de uma questão polar (são aquelas perguntas que só podem ser respondidas por “sim” ou “não”).
Alguns termos em maori já estão completamente integrados à língua inglesa, sendo conhecidos por toda a população do país. Exemplos são a fruta kiwi (denominada pela semelhança com o pássaro homônimo), as palavras whānau (família) e kai (alimento).
Dias da semana: Rāhina, Rātū, Rāapa, Rāpare, Rāmere, Rāhoroi, Rātapu.
Números de 1 a 10: tahi, rua, toru, whā, rima, ono, whitu, waru, iwa, tekau.
Algumas expressões, além daquelas já vistas: Arohaina mai (desculpe), kei te aroha au ki a kae (eu te amo), aroha mai (eu não entendo), kia ora (obrigado, bom dia), e noho rā (até logo, para quem parte), e haere rā (até logo, para quem fica).
Nomes de grãos e sementes em algumas línguas (1)
Ordem das traduções: inglês, francês, espanhol, italiano, alemão e russo.
Amaranto: amaranth, amarante, amaranto, amaranto, Amaranth, АМАРАНТ (amarant);
Aveia: oat, avoine, avena, avena, Hafer, ОВЕС (avies);
Centeio: rye, seigle, centeno, segale, Roggen, РОЖЬ (roj);
Cevada: barley, orge, cebada, orzo, Gerste, ЯЧМЕНЬ (iatchmen);
Gergelim: sesame, sésame, sésamo, sesamo, Sesam, КУНЖУТ (kunjut).
Frase para sobremesa: Ninguém possui outro direito senão o de sempre cumprir o seu dever (Auguste Comte, 1798-1857).
Até a próxima!