Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)
126. A prima Bete (La cousine Bette), Honoré de Balzac (1799-1850)
No recente Post 214 apresentamos a obra “O pai Goriot”, de Balzac, juntamente com um sumário da biografia do autor. Surge agora mais um romance que faz parte do majestoso conjunto “A Comédia Humana”, uma reunião de dezenas de romances que inauguraram o Realismo na literatura moderna e que descrevem magistralmente os fenômenos sociais da burguesia francesa do século XIX. O livro “A prima Bette” pertence ao bloco de obras da rubrica Cenas da vida parisiense: os parentes pobres. Este romance, lançado com enorme sucesso em 1846, apresenta a vida de uma solteirona de meia-idade que trama a destruição de parte de sua família como vingança pelas humilhações sofridas dos parentes ricos. Embora tenha sido escrito em apenas dois meses, ele é uma das obras mais longas de Balzac.
Algumas curiosidades, que ajudam a temperar este menu de informações: em Portugal o título do livro foi levemente distinto (A prima Bette), seguindo a grafia francesa. A tradução da obra em inglês é Cousin Bette, lembrando que esse idioma utiliza a mesma palavra para “primo” e “prima” (cousin). A conhecida atriz norte-americana Bette Davis (1908-1989), especialista em representar personagens antipáticas, tinha o nome original de Ruth Elizabeth Davis. Ela era conhecida desde a infância como Betty. Já na fase adulta, após ler o fascinante romance de Balzac, resolveu alterar o apelido para Bette. Finalmente, cabe uma breve menção ao Barão Henrique Montes de Montejanos, o único brasileiro na galeria de centenas de personagens balzaquianos, e que participa de um dos episódios de vingança de Bette.
A adaptação cinematográfica do popular livro teve no Brasil o título apropriado de “A vingança de Bette”. O filme foi dirigido pelo norte-americano Desmond Mac Anuff (1952-), contando com a atriz Jessica Lange (1949-) no papel título.
A tradução brasileira do livro, lançado pela Ediouro em 1993, esteve a cargo de Celina Luz.
Outras línguas das Filipinas
Finalizaremos este sobrevoo dos principais idiomas falados nas Filipinas (todos da família linguística malaio-polinésia) com mais três apresentações: maguindanao, tausug e maranao. Como estas três línguas possuem, aproximadamente, um milhão de falantes cada uma, teremos assim coberto os idiomas das Filipinas com, no mínimo, um milhão de usuários. Buscamos aqui ressaltar as curiosidades de cada um deles, pois tal abordagem contribui para um colorido maior no estudo dos idiomas.
Língua maguindanao
Ela é falada no sul da ilha de Mindanao. Embora também colonizada pelos espanhóis, essa região sofreu um processo histórico de influência muçulmana e, por consequência, da língua árabe. Tal condição é refletida, por exemplo, nos nomes dos dias da semana: isnin, salasa, arba, kamis, jummah, sapto, ahad.
Já os numerais de 1 a 10 se assemelham aos nossos velhos conhecidos: isa, duwa, te’lo, pat, lima, nem, pito, walo, siyaw, sapulo. “Bom dia” é Mapiya mapita e “obrigado” é sukran, muito parecido com o árabe shukran. Os nomes para “pai” e “mãe” costumam ser muito curtos na maioria das línguas. Aqui temos ama (pai) e ina (mãe). Contudo, os termos para “irmão” e “irmã” já são mais elaborados: kaka a mama e kaka a babai.
Língua tausug
Os falantes desse idioma, embora mais concentrados nas Filipinas, se espalham também por regiões da Indonésia e da Malásia.
O pronome da primeira pessoa do plural (nós) possui três formas: kita (no dual, i.e., quando se trata de duas pessoas), kitaniyu (inclusivo, i.e., inclui o interlocutor) e kami (exclusivo, ou seja, exclui o interlocutor). O cumprimento “Olá” é Salaam, puramente árabe. “Até logo” é Lumanjal na kami e “Obrigado” é uma expressão ainda não vista no nosso Blog: Magsukul kaymu.
Vamos aos números de 1 a 10: isa, duwa, tu, upat, lima, unum, pitu, walu, siyam, hangpu.
Língua maranao
Falado na província de Mindanao e em partes da Malásia. Este idioma apresenta a característica fonológica do downstep: se duas sílabas têm o mesmo tom, a segunda sílaba deve ser pronunciada mais fracamente.
Números de 1 a 10: isa, doa, telo, pat, lima, nem, pito, oalo, siao, sapolo. Algumas expressões: Salamat (Obrigado), Da aken sabota (Eu não entendo), Modaso ako (Até logo), Mapiya kapipita (Bom dia) e Pekababaya-an ko seka (Eu te amo).
Vencedores do Prêmio Cervantes de Literatura (12)
1997: Guillermo Cabrera Infante (1929-2005): escritor cubano, produziu romances, contos, ensaios e poemas. Jornalista de profissão, foi preso na década de 1950, quando passou a adotar o pseudônimo de G. Caín. Foi fundador da Cinemateca de Cuba e de algumas revistas literárias. Após residir em Bruxelas de 1962 a 65, como adido cultural, obteve a cidadania britânica, vivendo em Londres até o final de seus dias. Seu romance mais conhecido é Três Tristes Tigres.
1998: José Hierro (1922-2002); poeta espanhol da geração do pós-guerra, tendo recebido o Prêmio Príncipe de Astúrias (1981) e o Prêmio Nacional das Letras Espanholas (1990). Foi um dos fundadores da chamada “poesia social”, que lançava mão de elementos experimentais. Com apenas 18 anos de idade ficou preso por cinco anos, na época da Guerra Civil Espanhola. Durante esse período dedicou-se à alfabetização de dezenas de outros prisioneiros.
Frase para sobremesa: Nós somos casas muito grandes, muito compridas. É como se morássemos apenas num quarto ou dois. Às vezes, por medo ou cegueira, não abrimos as nossas portas (Lobo Antunes, 1942-).
Bom descanso!