Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)
125. Reparação (Atonement), Ian McEwan (1948-)
Esta obra de McEwan, lançada em 2001, pode ser considerada como um romance de metaficção, na medida em que a ação decorre em três períodos de tempo: na Inglaterra de 1935, na Inglaterra e França durante a Segunda Guerra Mundial e na Inglaterra de 1999. A história descreve o caso de uma adolescente que muda o curso de várias vidas no seu entorno quando acusa o amante da irmã de um crime que ele não cometeu. O livro recebeu em 2002 o prêmio do National Book Critics Circle e o Prêmio de Ficção do jornal Los Angeles Times.
O autor britânico Ian McEwan é um dos mais prestigiados romancistas europeus. Como o pai era oficial do exército britânico, o garoto passou a infância no Extremo Oriente, na Alemanha e no Norte da África. McEwan é formado em Literatura Inglesa pela Universidade de Sussex (1970), tendo obtido um Mestrado na Universidade de East Anglia, sediada na cidade de Norwich. No início de sua carreira literária se dedicou à redação de contos no estilo gótico, com uma temática dark, caracterizada pelo mistério e violência, o que lhe rendeu a alcunha de “Ian Macabro”. O primeiro livro, First Love, Last Rites, foi lançado em 1975. Seu currículo de escritor apresenta mais de vinte romances, além de livros de contos e peças de teatro. Conhecido pelo seu ateísmo, Ian recebeu em 2002 o Prêmio Jerusalém, destinado a escritores que lutam pela liberdade dos indivíduos e da sociedade. Ele teve dois casamentos, com dois filhos gerados do primeiro enlace. Continua produzindo ativamente obras de grande impacto junto ao público e crítica.
A adaptação cinematográfica do livro recebeu no Brasil o nome de “Desejo e Reparação”. A película, lançada em 2007, teve direção do inglês Joe Wright (1972-), contando com a atriz Keira Knightley (1985-) no papel principal.
A tradução brasileira foi feita em 2002 por Paulo Henriques Britto para a Companhia das Letras, que é a editora responsável pela distribuição das obras de McEwan no Brasil. Em Portugal o título do livro foi “Expiação”.
Língua kapampangan
Este idioma é falado por 2,8 milhões de pessoas na província de Pampanga (etimologia: “margem de rio”), ao sul da ilha de Luzon, nas Filipinas. Uma das características mais marcantes do kapampangan é o extenso uso de afixos para designação de tempos verbais, adjetivos, preposições, de tal modo que é possível a construção de verdadeiras obras de arte, a exemplo de Mikakapapagbabalabalangingiananangananan, que possui a insólita tradução de “grupo de pessoas que feriram o nariz ao mesmo tempo”. Outra peculiaridade é a possível existência de pronomes mesmo quando o nome está presente. É como se disséssemos, em português, “Ele José vai ler um livro” ou “Onde está a minha de Eduardo caneta?” Contudo, o ápice da extravagância é quando são comparados os tempos verbais em kapampangan e tagalog, que são dois idiomas de inteligibilidade mútua.Por exemplo: susulat significa “ele está escrevendo” em kapampangan, mas “ele irá escrever” em tagalog; já sumulat é “ele irá escrever” em kapampangan e “ele escreveu” em tagalog. Imaginem uma movimentada discussão em mesa de bar entre representantes das duas etnias.
Números de 1 a 10: isa ou metung [este último é usado apenas na contagem de números: 1,2,3…; fenômeno semelhante existe no russo com os numerais один (adin) e раз (ras)], aduá, atlú, ápat, limá, ánam, pitú, ualú, s’yám, apúlu.
Algumas expressões: Bom dia (Mayap a yabak), Obrigado (Salamat), Eu te amo (Kaluguran daka).
Língua pangasinan
Cerca de dois milhões de pessoas utilizam esse idioma na província filipina de Pangasinan (etimologia “terra do sal”). À semelhança da língua waray-waray, também aqui existe uma variedade de opções para se expressar determinado nome. Por exemplo, o adjetivo “curto” pode ser traduzido como melag, melanting, tingot, antikey, kulang, abeba.
Os números apresentam as mesmas raízes dos vários idiomas filipinos vistos aqui no Blog, mas com grafias um pouco distintas: sakey, duara, talora, apatira, limara, anemira, pitora, walora, siamira, samplora. O cumprimento “bom dia” é Masantos ya kabwasan.
Vencedores do Prêmio Cervantes de Literatura (11)
1995: Camilo José Cela (1916-2002): um dos escritores mais premiados e versáteis da Espanha (Prêmio Príncipe de Astúrias, 1997, Nobel de Literatura, 1989). Escreveu romances, contos, poemas e ensaios. Foi um dos introdutores do movimento literário do Tremendismo, que preconiza a expressão da realidade com o exagero dos aspectos mais crus da vida. Na época da Guerra Civil Espanhola serviu como informante do Generalíssimo Franco e, posteriormente, como censor. Apesar de possuir uma intensa produção literária, ele ficou sem escrever por um período de 16 anos (1953-1969). Maiores detalhes sobre sua biografia podem ser obtidos no Post 74.
1996: José Garcia Nieto (1914-2001): pertence à geração pós-guerra dos poetas espanhóis. Suas obras, reunidas em mais de 30 volumes, denotam um profundo vínculo com a fé católica. Criador de diversas revistas literárias, recebeu por duas vezes (1951 e 57) o Prêmio Nacional de Literatura da Espanha.
Frase para sobremesa: Não há nada tão equitativamente distribuído no mundo como a inteligência: todos estão convencidos de que têm o suficiente (René Descartes, 1596-1650).
Até a próxima!