Post-227

Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)

122. Coelho corre (Rabbit run), John Updike (1932-2009)

Este é o primeiro livro da tetralogia de “Rabbit” (escrita ao longo de 30 anos) que aborda a vida de Harry “Rabbit” Angstrom, um cidadão fictício norte-americano de classe média, antigo jogador de basquete. Publicado em 1960, “Coelho corre” narra três meses na existência de Rabbit, um modesto vendedor que leva a vida burguesa da maioria da população dos Estados Unidos. Infeliz no casamento e buscando as emoções que o mundo pode oferecer, Rabbit deixa a família e sai dirigindo em direção ao Sul. Mais tarde, ele retorna à sua cidade de origem. Contudo, em vez de procurar a família, busca o convívio com uma prostituta. E a história continua, tendo como pano de fundo os temas de sexo, religião e as múltiplas visões que cada cidadão tem do seu país.

A inspiração para o título da obra veio de Run, Rabbit, run, o nome de uma canção popular durante a Segunda Guerra Mundial. Alguns outros romances dessa tetralogia surgirão mais à frente aqui no Blog, na “Lista de melhores livros”. Updike morreu aos 76 anos de câncer no pulmão.

John Updike, embora não seja uma unanimidade no gosto do público leitor, é dos escritores mais premiados dos EUA, tendo recebido, dentre outros, o National Book Award (1964), o National Book Critics Circle Award (1981, 83 e 90) e o prestigiado Prêmio Pullitzer de Ficção (1982, 91). Updike graduou-se em Língua Inglesa (1954) pela renomada Universidade Harvard. Além de escritor, era um respeitado crítico literário. Sua produção envolve mais de vinte livros de ficção, oito volumes de poesia e uma peça de teatro.  

A única adaptação cinematográfica desse livro de Updike foi realizada em 1970 sob a direção de Jack Smight (1925-2003) e tendo o ator James Caan (1940-2022) no papel principal. A película Run Rabbit Run, feita para a TV em 2023 (título em português: “Foge, coelho”) não é baseada na obra de Updike.

O curioso título do livro fez com que existam traduções díspares para o português como “Corre, Coelho” e “Coelho Corre”, este último sem a vírgula. A segunda versão, traduzida por Paulo Henriques Britto, é a mais conhecida, tendo sido lançada por diversas editoras, dentre elas Companhia das Letras e Planeta.  

Língua ilocana

O idioma ilocano é a terceira língua mais falada nas Filipinas, depois do filipino (Posts 224 e 225) e do cebuano (Post 226). Estima-se em 11 milhões o número total de usuários do ilocano. Ele é utilizado nas regiões norte e central da ilha de Luzon, além da parte sul da ilha de Mindanao. Em 2012 o governo da província “La Union”, localizada na ilha de Luzon, reconheceu o idioma ilocano como uma das suas línguas oficiais. Foi a primeira vez no país em que uma província designa um outro idioma oficial, além do filipino.

Os primeiros escritos em ilocano surgiram apenas no século XVII, sendo utilizada uma versão do tradicional alfabeto filipino Baybayin, designada como Kur-itan (vejam exemplo abaixo). Com a consolidação da presença dos espanhóis em quase todo o arquipélago filipino, a escrita passou a ser feita no alfabeto latino, aquele mesmo usado para o filipino, com a inclusão das letras “ng” e “ñ”. Também aqui observa-se uma tendência atual de revitalização do antigo alfabeto para fins artísticos e comemorativos.     

Fonte: Omniglot

Com alguma paciência (e, se necessário, a lanterna do telefone celular), poderemos identificar a presença de algumas cruzinhas abaixo de determinadas letras. Elas transformam aquela consoante em muda pela supressão da vogal inerente, ou seja, a vogal que acompanha uma consoante.

Como não poderia deixar de ser, existem diversos dialetos do ilocano. Eles são agrupados no “dialeto norte” (amianan) e o “dialeto sul” (abagatan). Ambos se diferenciam marcadamente pela pronúncia da vogal “E”, longa e aberta no primeiro, curta e fechada no segundo. Mas, ora, pode reagir o leitor, nesse caso não se trata apenas do sotaque? Ou será que a língua falada no Brasil, por exemplo, possui também dialetos? Não, estimado visitante do Blog, no Brasil temos um idioma monocêntrico, ou seja, a língua é a mesma, não há dialetos. Aqui surge mais uma faceta da complexa tarefa de se atribuir o qualificativo de dialeto a uma determinada versão do idioma. Acredita-se que, na situação agora mencionada, devam existir também motivos históricos que separaram mais fortemente as variantes “norte” e “sul”. Lamento prenunciar que tal dificuldade (o que é um dialeto?) nos acompanhará pelo restante das línguas mundiais a serem apresentadas.

Dias da semana: lunes, martes, mierkoles, huebes, biernes, sabado, domingo.

Números de 1 a 10 (origem nativa/espanhola): maysa/uno, dua/dos, tallo/tres, uppat/kwatro, lima/singko, innen/sais, pito/syete, walo/otso, siam/nuwebe, sangapulo/diyes. São muito semelhantes aos numerais em filipino e cebuano, à exceção dos números 1 e 10.

Algumas expressões: Olá (Kablaaw ou Kumusta), Bom dia (Naimbag a bigat), Até logo (Pakada), Eu não entendo (Diak maawatan), Desculpe (Agpakawanak), Eu te amo (Ayayatenka), Obrigado (Agyamanak).

Vencedores do Prêmio Cervantes de Literatura (8)

1989: Augusto Roa Bastos (1917-2005): destacado escritor, jornalista e cineasta paraguaio com uma movimentada vida como exilado em países da América Latina e da Europa. Escreveu seu primeiro conto aos 14 anos e publicou o primeiro livro quando tinha 24 anos. Depois de lhe ter sido retirada a nacionalidade paraguaia em 1982, recebeu a cidadania espanhola no ano seguinte.

1990: Adolfo Bioy Casares (1914-1999) foi um escritor argentino dedicado ao realismo fantástico. Foi autor de sete romances e de diversos livros de contos. Sua obra mais conhecida é o livro La invención de Morel, que relata a vida de um fugitivo que se esconde em uma ilha aparentemente deserta.

Frase para sobremesa: Quanto a mim, o que me mantém vivo é o risco iminente da paixão e seus coadjuvantes, amor, ódio, gozo, misericórdia (Rubem Fonseca, 1925-2020).

Até a próxima!

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