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Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)

120. Contos de fadas de Andersen, Hans Christian Andersen (1805-75)

Provavelmente o mais conhecido autor de obras infantis, o dinamarquês Andersen encanta até hoje gerações de leitores com seus fascinantes contos de fadas, traduzidos para 130 idiomas. Sua coleção completa de contos consiste em 156 histórias, divididas em nove volumes. Além disso, Andersen, um costumeiro viajante, escreveu diversos relatos de viagem, muito apreciados pelo público. Sua produção literária é complementada por peças de teatro, romances e poemas.

Andersen nasceu em uma família de poucas posses. O pai havia completado o ensino fundamental, mas a mãe era analfabeta. Em sua autobiografia “A narrativa da minha vida” (Mit Livs Eventyr), Andersen relata que, na infância, seu pai costumava ler para ele trechos do livro As Mil e uma Noites. Uma informação curiosa, pelo fato de possuir algum controverso fundamento real, é a possibilidade de Andersen ter sido filho ilegítimo de Cristiano VIII, rei da Dinamarca (1786-1848). Em um simples cálculo aritmético, constata-se que o rei, cuja sagração ocorreu em 1839, teria parcos 19 anos quando a possível paternidade veio a cabo. Na verdade, tal suposição em nada modifica a genialidade do famoso escritor.

Andersen teve sua primeira história publicada em 1822, sendo que o primeiro romance foi lançado, com relativo sucesso, em 1835. Nesse mesmo ano ele publica o primeiro volume de seus contos de fadas, alguns adaptados do folclore popular e outros criados pela mente fértil do autor. Torna-se difícil listar quais seriam os melhores contos de fadas. Algumas sugestões: A pequena sereia, A roupa nova do rei, O soldadinho de chumbo, Os sapatinhos vermelhos, A rainha da neve, O patinho feio.    

Andersen faleceu devido a um câncer no fígado. Existem dezenas de adaptações dos contos de fadas para filmes de cinema e séries de televisão. Na linguagem escrita também são encontradas incontáveis adaptações, que logram transmitir ao leitor infantil e adulto toda a essência de suas pequenas obras-primas.

Com relação às traduções para o português, a forte maioria delas se baseou em versões inglesas, francesas ou alemãs. Um desses tradutores foi o célebre escritor Monteiro Lobato (1882-1948). Dentre as poucas traduções feitas diretamente do dinamarquês pode ser lembrada a de Silva Duarte, em volume único de 800 páginas publicado pelas Editoras Paulinas em 2011. Diversos contos foram também traduzidos por Per Johns – filho de pais dinamarqueses – e lançados pela Editora Kuarup.    

Língua filipina (2)

Em épocas passadas, mais ou menos até a chegada dos espanhóis no século XVI, o tagalog era escrito no alfabeto Bayabayin (derivado do javanês), o qual foi substituído pelo latino. Abaixo tem-se um exemplo dessa bela escrita (aliás, é muito difícil afirmar-se que um alfabeto seja feio; baseado em quê?).

Fonte: Omniglot

Observa-se na atualidade um movimento de revitalização desse alfabeto local. Por exemplo, diversos artistas plásticos têm produzido objetos com inscrições em Bayabayin. Da mesma forma convites de casamento e aniversário têm seguido o novo padrão. Talvez seja apenas uma moda, mas ela existe. Até o governo federal lançou cédulas de dinheiro com as legendas no alfabeto tradicional.

O alfabeto latino usado nas Filipinas é o mesmo que conhecemos internacionalmente, só que com a adição de duas letras: ng (este encontro consonantal é considerado como sendo uma única letra) e o ñ do espanhol.   

O idioma filipino é aglutinante e as frases seguem a ordem V-S-O. É frequente o uso de infixos (inserções de partículas dentro das palavras) para construção de tempos verbais como o passado e o futuro. À semelhança de outras línguas malaio-polinésias, no filipino é encontrada a reduplicação de palavras para indicação do plural. Como o idioma não é tonal, a fonética é simples, inclusive para estrangeiros. Todavia, nele ocorre a parada glotal (glottal stop), como já vimos em outros idiomas: no encontro de mesmas vogais (por exemplo “aa”) existe um curtíssimo intervalo. É o que acontece também no “ll” do italiano. Não há gêneros no filipino. Assim o pronome siya, da terceira pessoa do singular, pode significar tanto “ele” quanto “ela”.

Um interessante fenômeno observado no idioma filipino é o da “reversão”. Ou seja, algumas palavras têm as sílabas invertidas em relação à língua de origem. Por exemplo, os termos latinos para pai (pater) e mãe (mater) se transformam em erpat e ermat. A reversão é frequente também na gíria adotada pelos jovens de fala francesa.

Uma última curiosidade refere-se à utilização do fígado (hati) como a fonte de emoções e sentimentos e não do coração, como ocorre em quase todas as línguas do mundo. Vejam, por exemplo, no português, exemplos de palavras provenientes do latim cordis (coração) como “cordial”, “coragem” e “concordar”. No filipino, as palavras com inserção de hati cumprem o mesmo papel: pighati (tristeza extrema), lualhati (paz espiritual, glória).   

Dias da semana: lunes, martes, miyerkules, huwebes, byernes, sabado, linggo.

Números de 1 a 10: existem dois grupos de números em filipino; o primeiro grupo, expresso em tagalog (derivados do malaio), é usado para contar objetos, pessoas e dinheiro; o segundo, de origem espanhola, serve para a designação do tempo ou contagem das horas: isa/uno, dalawa/dos, tatlo/tres, apat/kwatro, lima/sinko, anim/sais, pito/syete, walo/otso, siyam/nuwebe, sampu/diyes.

Algumas expressões:

Kumusta (Olá – não é surpresa encontrarmos aqui o hispanismo Como está), Bom dia (Magandang umaga), Paálam (Até logo), Hindi ko naiintindihan (Eu não entendo), Patawad! (Desculpe), Iniibig kita (Eu te amo), Salamat (obrigado).

Vencedores do Prêmio Cervantes de Literatura (6)

1985: Gonzalo Torrente Ballester (1910-99): romancista, dramaturgo e crítico literário espanhol, nascido na cidade galega de Ferrol (também terra natal do Generalíssimo Franco), publica seu primeiro romance em 1943 (Javier Mariño, apreendido pela censura). Recebe o Prêmio Nacional de Literatura em 1981 pela obra La isla de los jacintos cortados. Teve 11 filhos gerados em dois casamentos.

1986: Antonio Buero Vallejo (1916-2000): dramaturgo espanhol, da escola simbolista, ficou conhecido por suas representações ficcionais da Guerra Civil Espanhola. Sua produção mais conhecida é El concierto de San Ovidio (1962). Recebeu em 1996 o Prêmio Nacional das Letras Espanholas pelo conjunto de sua obra.  

Frase para sobremesa: Contar uma história significa levar as mentes no voo da imaginação e trazê-las de volta ao mundo da reflexão (Paulina Chiziane, 1955-)

Até a próxima!

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