Post-201

Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)

96. Poemas de Emily Dickinson (The poems of Emily Dickinson), Emily Dickinson (1830-86)

Originária de família abastada, ela foi uma poetisa pouco conhecida durante sua existência. Dos aproximadamente 1.800 poemas escritos, apenas dez foram publicados em vida, alguns deles de forma anônima. Após sua morte, a irmã mais nova descobriu em um baú o enorme estoque de poemas que ela havia redigido. Emily sempre foi uma pessoa tímida, reclusa e que, praticamente, só usava roupas brancas. Nunca se casou e realizou apenas curtas viagens nos arredores de sua cidade natal em Massachusetts, EUA. Sua fama veio com uma inovação no estilo de redação das poesias, em linhas curtas, sem título, com pontuação não convencional e linguagem muito próxima do uso oral do idioma inglês. Seus temas favoritos eram a morte, sociedade, natureza e espiritualidade. Foi só em 1955 que o editor Thomas H. Johnson compilou a produção literária completa de Dickinson em três volumes. A autora faleceu como consequência de uma nefrite aos 55 anos.

Diversos tradutores brasileiros se dedicaram à poesia de Emily Dickinson, alguns abordando poemas isolados e outros fazendo a versão de livros completos. Merecem registro as traduções feitas pelos famosos irmãos Campos [Augusto de Campos (1931-) e Haroldo de Campos (1929-2003)]. A edição mais completa, de formato bilingue, foi traduzida por Adalberto Müller e publicada em dois volumes em 2020 pela UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) em conjunto com a UnB (Universidade de Brasília). Outra edição bilingue, mas apenas de uma parte dos poemas, foi lançada pela L&PM em 2007, com tradução de Ivo Bender. Podem ainda ser registradas as traduções de Iara Maria Lando (Editora Disal, 2010) e de Nathalia Perrone (Editora Caligari, 2022).   

Língua tai (3)

O vocabulário do idioma tai é quase todo formado por palavras monossilábicas, à exceção de empréstimos de línguas estrangeiras. Como os portugueses foram os primeiros viajantes a chegarem à Tailândia (século XVI), deixaram influências no vocabulário da língua tai. Assim temos, por exemplo: pan (pão), sabu (sabão) e mâe (mãe).   

Uma curiosidade da cultura tailandesa é a existência de um “horário” em ciclos de seis horas, com termos específicos para cada um dos seguintes turnos: primeira metade do dia claro (de 07:00 a 12:59), segunda metade do dia claro (de 13:00 a 18:59), primeira metade da noite (de 19:00 a 00:59) e segunda metade da noite (de 01:00 a 06:59). Tal costume, no entanto, só é usado na linguagem coloquial. Quanto às quatro estações do ano, elas são apenas três: naa naaw (estação fria), naa ron (estação quente) e naa fon (estação chuvosa). Se eles complicam por um lado (horários), descomplicam por outro (estações).

Dias da semana: Wan can, Wan angkhan, Wan phut, Wan pareuhat, Wan suk, Wan saw, Wan athit. Ao contrário da maioria das línguas do Sudeste Asiático, os nomes dos dias da semana em tailandês não estão relacionados a números, mas a planetas e divindades, como nas línguas ocidentais.

Números de 1 a 10: ๑ (nueng), ๒ (song), ๓ (sam), ๔ (si), ๕ (ha), ๖ (hok), ๗ (chet), ๘ (paet), ๙ (kao), ๑๐ (sip). Os numerais não são derivados do Tai antigo, mas sim das formas arcaicas do mandarim e do cantonês.

Algumas expressões: สวัสดีครับ (sà-wàt-dee kráp – Olá, falado por homens), สวัสดีค่ะ (sà-wàt-dee kâ – Olá, falado por mulheres); ambas as expressões servem também para desejar “bom dia”, ลาก่อนนะ (laa gòn ná – Até logo),
ไม่เข้าใจ
 (mâi khâo jai – Eu não entendo), ขอโทษ (kŏr tôht – Desculpe), ขอ … (Kor … – Por favor), ขอบคุณครับ (kòp kun kráp – Obrigado, falado por homens), ขอบคุณค่ะ (kòp kun kâ – falado por mulheres), (pŏm rák kun – Eu te amo, falado por homens), ฉันรักคุณ (chăn rák kun – falado por mulheres). Fonte: Omniglot

Vencedores do Prêmio Camões de Literatura (32)

2019: Chico Buarque (1944-)

Um dos maiores expoentes na história da música popular brasileira, Francisco Buarque de Hollanda é um artista conhecido em todo o Brasil, além de ser um nome aclamado em diversos países. O paralelo que foi feito por alguns comentaristas de que a concessão de um prêmio literário a um músico como Chico Buarque se assemelharia ao ocorrido com a escolha do compositor Bob Dylan para o Nobel de Literatura em 2016 é absolutamente inadequado, posto que Chico Buarque apresenta uma consistente carreira literária, o que não ocorria no caso de Bob Dylan. Cantor, compositor, violonista, dramaturgo e escritor, Chico Buarque começou a escrever seus primeiros contos com 18 anos. Ele é filho do renomado historiador Sérgio Buarque de Hollanda (1902-82), que foi convidado a ser professor na Universidade de Roma no período de 1953 a 60. A família o acompanhou nessa temporada.

Chico Buarque começou a estudar Arquitetura na Universidade de São Paulo em 1963, mas abandonou o curso dois anos depois para se dedicar à música. Em 1966 venceu o Festival de Música Popular Brasileira com a conhecidíssima canção A banda. A partir daí ele colecionou um impressionante catálogo de prêmios, homenagens e elevadas vendagens de discos. Em 1969 Chico autoexilou-se na Itália em protesto contra as repressões da ditadura militar brasileira. No currículo literário, Chico Buarque tem uma expressiva intensidade de premiações com três prêmios Jabuti e um prêmio Oceanos. Ele escreveu dez livros no total, com destaques para Estorvo (1991), Budapeste (2003) e Leite derramado (2009), além de cinco peças de teatro. Em 2024 foi lançada a obra Bambino a Roma, de caráter autobiográfico. A cerimônia de entrega do Prêmio Camões de 2019 só foi realizada quatro anos depois, pela recusa do então presidente Bolsonaro em assinar o documento oficial de concessão em nome do governo brasileiro.    

Frase para sobremesa: Há sempre uma razão, embora não haja nenhuma explicação (Adélia Prado, 1935-).

Até a próxima!

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