Post-191

Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)

87. A educação sentimental (L’éducation sentimentale), Gustave Flaubert (1821-80)

Já estivemos com Flaubert no Post 118, onde foi apresentado o romance Madame Bovary (1857), um dos precursores do realismo na literatura. Temos agora um Flaubert doze anos mais maduro, produzindo uma obra que alguns consideram como superior a Madame Bovary. Mas aqui os papéis se invertem, pois o herói do novo romance é um personagem masculino, Frédéric Moreau, que na sua busca por prestígio, poder e prazeres acaba se apaixonando por uma mulher mais velha, o que confere um caráter autobiográfico à história de desejos, ciúmes e traições. Como pano de fundo tem-se a Paris na Revolução de 1848, com a fundação do segundo império francês e a implantação do período monárquico (1852-70) situado entre a Primeira e Segunda Repúblicas. O rei era Napoleão III (1808-73), sobrinho do famoso tio. “A educação fundamental” foi o último romance de Flaubert, dentre os seis que escreveu. Observa-se um avanço na estrutura do discurso indireto livre, de tal sorte que o leitor, bem municiado de informações, sente-se como um participante da complexa teia de relações de Frédéric.

A obra foi adaptada para a televisão em duas minisséries, uma francesa e a outra britânica. No elenco da versão francesa (1973), que é bem mais conhecida, tem-se a presença do renomado ator Jean-Pierre Léaud (pronúncia: Leô), nascido em 1944. Dentre as versões da obra para o português, destacam-se a tradução de Rosa Freire d’Aguiar para a Penguin (2017) e a de Adolfo Casais Monteiro para a Editora Nova Alexandria (2015).

Língua vietnamita (3)

O vietnamita é uma língua S-V-O, com o determinante ocupando a última posição na frase. Portanto: “livro pequeno esse”. Não há gêneros, números, tampouco variações verbais. As partículas interrogativas não são frontalizadas, isto é, não ficam no início da frase, como é o caso das línguas ocidentais. Os possessivos são idênticos aos pronomes pessoais, ou seja, meu = eu, ele=dele.         

Números de 1 a 10: môt, hai, ba, bôn, năm, sáu, bay, tám, chín, mười. Por favor, retirem aquela velha lente da segunda gaveta do armário e observem, para o número 10, as letras u e o enfeitadas com um rabinho superior. A pronúncia é, respectivamente, “ê” e depois algo intermediário entre “e” e “i”. 

Dias da semana: Thư hai (de novo o “u” com rabinho superior na palavra Thư, que significa “dia”; na sequência temos os numerais correspondentes a cada dia, exceção feita ao domingo), Thư ba, Thư bôn, Thư năm, Thư sáu, Thư bay, Chunhât.

Para os meses, a toada é a mesma. Os nomes são formados pela palavra Tháng (mês) mais os números correspondentes. Assim temos Tháng môt (janeiro), Tháng hai (fevereiro), Tháng ba (março) e por aí afora. Mais fácil é impossível.

Algumas expressões: Chào anh (Oláfalado por homens), Chào chị (Oláfalado por mulheres), Chào buổi sáng (Bom dia), Tạm biệt anh (Até logo – falado por homens), Tạm biệt chị (Até logo – falado por mulheres), Tôi không hiểu (Eu não entendo), Em yêu anh (Eu te amo – de homens para mulheres), Anh yêu em (Eu te amo – de mulheres para homens), Xin lỗi (Desculpe),
Cảm ơn (Obrigado). Fonte: Omniglot

Vencedores do Prêmio Camões de Literatura (23)

2010: Ferreira Gullar (1930-2016)

O maranhense José Ribamar Ferreira usava o nome literário de Ferreira Gullar. Como ele mesmo explicava, Goulart era o sobrenome da mãe, de origem francesa: “o Goulart é um nome inventado e, como a vida é inventada, eu também inventei o meu nome”. Poeta, crítico de arte, tradutor e memorialista, ele foi um dos fundadores do movimento literário do neoconcretismo, uma reação ao concretismo ortodoxo, que apenas extinguia os versos e mudava a sintaxe normal do discurso. Durante seu exílio político na Argentina, em 1975 (era militante do Partido Comunista brasileiro), escreveu o famoso Poema Sujo, que Vinicius de Moraes considerava como o mais importante poema brasileiro.

Gullar escreveu 17 livros de poemas, tendo ganhado o Prêmio Jabuti em duas ocasiões, 2007 e 2011. Em 2014 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Escritores de diversos países indicaram seu nome para o Nobel de Literatura em 2002. Gullar morreu de pneumonia no Rio de Janeiro aos 86 anos de idade. 

Frase para sobremesa: Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira (Cecília Meireles, 1901-64).

Até a próxima!

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