Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)
84. Adeus às armas (A farewell to arms), Ernest Hemingway (1899-1961)
Este foi o terceiro livro escrito por Hemingway, aclamado por grande parte da crítica como sua obra mais aprimorada. Trata-se do primeiro romance norte-americano sobre a Primeira Guerra Mundial. Ele relata a história do tenente Frederic Henry (narrador da obra), que serve ao exército italiano como condutor de ambulância. A trama se desenvolve em torno de sua paixão por uma enfermeira inglesa que cuida dos seus ferimentos. Nestes aspectos, o livro possui claros componentes autobiográficos, já que o autor também serviu no exército italiano e esteve exposto aos cuidados de uma enfermeira inglesa. O imediato sucesso do livro garantiu a Hemingway sua independência financeira. A obra foi publicada em 1929, inicialmente em capítulos, sendo depois condensada em um único volume. Conforme declaração do próprio autor, ele escreveu 47 finais possíveis para a história de amor. O livro foi provisoriamente banido na Irlanda devido ao seu conteúdo erótico e, até 1948, proibido na Itália, mas aí já por razões políticas e antipatias pessoais. Quando Hemingway, na qualidade de jornalista, havia entrevistado o líder fascista Mussolini, declarara que “O duce” não passava de um grande blefe.
Tivemos no Post 37, na relação dos ganhadores do Nobel de Literatura (1954), a apresentação da biografia de Hemingway. Outras obras do mesmo autor comentadas aqui foram O sol também se levanta (Post 150) e O velho e o mar (Post 163). A tradução brasileira mais conhecida de Adeus às armas é aquela feita pelo escritor Monteiro Lobato (1882-1948) e lançada pela Editora Nacional em 1966. Esta mesma versão foi publicada por outras editoras em diversas reedições. Duas adaptações cinematográficas são as mais destacadas: a de 1937, dirigida por Frank Borzage (1894-1962), com Gary Cooper (1901-61) no papel principal e a de 1957, sob a direção do húngaro Charles Vidor (1900-59) e com a presença do famoso ator Rock Hudson (1925-85).
Lingua khmer (2)
No aspecto fonológico as palavras são quase sempre oxítonas. Algumas consoantes, como nas sílabas bá e dá apresentam uma curiosa pronúncia aspirada, ou seja, o ar entra ao invés de sair. Para facilitar a compreensão treinem um pouco em frente ao espelho. Uma característica do khmer, rara na maioria das línguas do mundo, é a existência de encontros consonantais (shr, str, mc) no início das palavras.
O khmer é uma língua S-V-O, com colocação de adjetivos e numerais após o substantivo (livros dois; de tão estranho chega a ser elegante). Não há gênero ou número, tampouco artigos e os verbos não são declinados. Podemos então pensar que é uma língua de fácil aprendizado. Em compensação, a questão dos pronomes é um reino à parte. Como existem tantos aspectos de formalidade e de títulos honoríficos, a quantidade de pronomes pessoais ultrapassa duas dezenas, ainda mais que diversos substantivos (amigo, camarada) são usados com essa função. O único pronome pessoal que deixaremos registrado aqui é kňom (pronúncia aproximada de knhom), que significa “eu”.
Dias da semana: T’ngai jan, T’ngai ang-kia, T’ngai bput, T’ngai bproo-hoah, T’ngai sok, T’ngai sau, T’ngai aa-dtet.
Números de 1 a 10: ១ (muoy), ២ (pi), ៣ (bei), ៤ (buon), ៥ (pram), ៦ (pram muoy), ៧ (pram pi), ៨ (pram bei), ៩ (pram buon), ១០ (dap). Observem que os números de 6 a 9 são formados por “cinco mais um”, “cinco mais dois” etc.
Algumas expressões: សួស្ដី (suô-stei – Olá), អរុណសួស្ដី (’ârŭn suŏ sdei – Bom dia), លាសិនហើយ (léa sĕn haeuy – Até logo), មិនយល់ទេ (mĭn yôl té – Eu não entendo), សុំទោស (sŏm toŭs – Desculpe), ខ្ញុំស្រលាញ់បង (khnhôm sârlânh bâng – Eu te amo; de homem para mulher), ខ្ញុំស្រលាញ់អូន (khnhôm sârlânh ’on – Eu te amo; de mulher para homem), សូម (sohm – Por favor), ឣរគុណ (’âu kŭn – Obrigado). Fonte: Omniglot
Vencedores do Prêmio Camões de Literatura (20)
2007: Antônio Lobo Antunes (1942-)
Originário de família da alta burguesia lisboeta, Antônio é médico, assim como o pai e diversos irmãos. Seu genitor foi um destacado neurologista, assistente de Egas Moniz, aquele que recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina – assim é o nome – em 1949. O irmão mais novo é o atual embaixador português no Reino Unido. Realmente, um berço dourado.
Antônio (que os portugueses preferem grafar como António) foi médico militar em Angola no período de 1971 a 73. As cartas trocadas com a esposa, que esperava o primeiro filho, foram compiladas e publicadas posteriormente. Elas foram também adaptadas ao cinema português com o título de Cartas de Guerra. Antônio especializou-se em psiquiatria, profissão essa exercida até o momento em que resolveu se dedicar exclusivamente à literatura. Seu primeiro livro (Memória de Elefante, 1979) se constituiu em enorme sucesso. Antônio já publicou mais de 40 livros, entre romances e contos. Em 2018 a famosa casa editorial francesa Bibliothèque de la Pléiade, fundada em 1931 e especializada em edições de luxo, publicou o conjunto da obra de Lobo Antunes, sendo ele o segundo português (depois de Fernando Pessoa) a receber tal reconhecimento.
Frase para sobremesa: Como é difícil fazer um inglês reconhecer que ele é feliz (William Tackeray, 1811-63).
Bom descanso!