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Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)

64. Frankenstein, Mary Shelley (1797-1851)

O clássico romance de terror, visto como a primeira obra literária de ficção científica, começou a ser escrito quando a autora tinha apenas 18 anos. Um grupo de amigos estava reunido na mansão de Lord Byron, às margens do lago de Genebra, dentre eles Mary e seu futuro marido Percy Shelley. Como o mau tempo os impedia de passear ao ar livre, iniciaram uma brincadeira de relatos de histórias de horror. Foi aí que tudo começou. Após ter sido rejeitado por duas editoras (se arrependimento matasse…) o livro foi publicado em 1818, com 500 cópias, sem o nome da autora, mas contendo um prefácio de Percy Shelley. Novas edições foram surgindo, já com os devidos créditos de autoria, as quais diferiam das anteriores pelo enfoque maior na personalidade da “criatura”.   

A história, bastante conhecida, foi, no entanto, deturpada nas dezenas de adaptações cinematográficas do livro. Ela é narrada pelo capitão de uma expedição naval que buscava uma passagem para o Polo Norte. Presos no gelo, encontram Victor Frankenstein, um doutor em Ciências Naturais que relata como conseguiu criar o monstro. Trata-se de um romance escrito no estilo de narrativa moldura, ou seja, uma obra contém a outra. Atentem para o fato de que Frankenstein, no livro, é o nome do “criador” e não da “criatura”, a qual nunca é nomeada na obra. No entanto, após a versão cinematográfica de 1931 [direção de James Whale (1889-1957) e com o famoso ator Boris Karloff (1887-1969) no papel do “monstro”], o público foi levado a crer que Frankenstein era a “criatura” e assim ficou. Já que mencionamos os filmes, seria impraticável listar aqui todas as adaptações. Todavia, merecem registro o curta-metragem de 1910, produzido pelo inventor Thomas Edison (1847-1931) e a versão considerada como sendo a mais fiel à obra, lançada em 1994, dirigida por Kenneth Branagh (1960-) e com Robert de Niro (1943-) no papel da criatura.

A escritora britânica Mary Shelley, nascida Mary Godwin, escreveu ainda diversos romances históricos. Ainda muito jovem (17 anos) iniciou um relacionamento amoroso com o poeta e filósofo Percy Shelley, com o qual veio a se casar (1816) quando este ficou viúvo. Ela morreu aos 53 anos de tumor cerebral. São tantas as versões da obra em português, que seria enfadonho tentarmos listar todas elas. Como gosto muito de edições bilingues, registro a tradução de Doris Goettems para a edição da Landmark em 2016.  

Língua nepali

O idioma nepali é uma língua indo-ariana falada por cerca de 25 milhões de pessoas no Nepal (língua oficial), no Butão, onde um quarto da população usa o idioma, e em Sikkim, um estado no extremo nordeste da Índia, fazendo fronteira com Butão, Tibete e Nepal.

Seria oportuno um breve comentário sobre Sikkim, um reino fundado no século XVII na conhecida Rota da Seda. Tornou-se um estado principesco da Índia Britânica em 1890. Após a independência da Índia (1947), Sikkim adquiriu o status de protetorado, ou seja, um território autônomo que é protegido diplomática e militarmente por um Estado mais forte. Em 1975 militares indianos depuseram a monarquia sikkimesa. Foi estabelecido um referendo que levou Sikkim a se tornar o 220 Estado da Índia. O idioma siquimês pertence à família sino-tibetana, que será o próximo grupo de línguas a ser apresentado. Ele só teve forma escrita, no alfabeto tibetano, em 1975. Vejam a cativante simplicidade dos números de 1 a 10 em siquinês: ka, kla, kha, ga, gla, aga, cha, chhha, ja, nya.  Voltemos ao nepali.

Os registros mais antigos do nepali datam do século X. Ele é escrito no clássico alfabeto devanágari, com a presença de 13 vogais e 27 consoantes nativas. O nepali, que é mutuamente inteligível com o hindi e o urdu, é um idioma tipicamente fusional (o contrário do aglutinante), no qual as características de tempo verbal, número e gênero são reunidas conjuntamente em poucos sufixos capazes de concentrar as informações necessárias. Como ocorre com a maioria das línguas indo-arianas, as posposições são usadas em grande quantidade. O uso do plural é optativo, principalmente se a palavra é precedida por numerais. Assim: um livro, dois livro. Este fenômeno é comum em muitas línguas indo-arianas.    

Dias da semana: sombar, mangalbar, budhbar, bihibar, sukrabar, sanibar, aaitabar.

Números de 1 a 10: १ (eka), २ (duii), ३ (tiina), ४ (chaara), ५ (paacha), ६ (cha), ७ (saata), ८ (aatha), ९ (nau), १० (dasa).

Algumas expressões:

नमस्ते (namaste – olá e até logo), शुभ प्रभात (śubha prabhaata – bom dia),
माफी पाऊँ (māphī pāū̃ – desculpe), धन्यवाद (dhanyavaada – obrigado), म तपाईँलाई माया गर्छु (ma tapaaī̃lāī maayaa garchu – eu te amo), मैले बुझिनँ (maile bujhinã – eu não entendo). Fonte: Omniglot

Livro sobre o surgimento da linguagem (2)

– As condições para existência de uma língua, na avaliação do autor, são: possibilidade de mentir (muito interessante), ela deve ser usada intencionalmente, distinção entre nomes e verbos, possibilidade da criação de novas palavras e da expressão de uma quantidade infinita de ideias.

– Possivelmente houve uma protolíngua, formada por sons e gestos, que se desenvolveu gradualmente, talvez a partir de 500.000 anos, ainda na época do Homo erectus. Acredita-se que os neandertais já deviam ter um bom grau de comunicação, assim como também os primeiros Homo sapiens.

– Supõe-se que o Australopithecus (3 a 4 milhões de anos) seja o mais recente dos ancestrais sem linguagem.

– A formação de uma língua mais completa deve ter ocorrido há 100.000 anos.

– Atualmente devem existir no mundo cerca de 7.000 línguas

Frase para sobremesa: A invenção, devo modestamente admiti-lo, não consiste em criar disciplinadamente, mas sim em criar a partir do caos (Mary Shelley).

Até a próxima!

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