Post-167

Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)

63. Retrato de uma Senhora (The Portrait of a Lady), Henry James, 1843-1916

Considerado por muitos como a melhor obra do escritor Henry James, o livro “Retrato de uma Senhora” narra a vida de uma jovem norte-americana que se muda para a Inglaterra a convite de uma tia. Sua presença começa por despertar sentimentos e desejos da parte de diversos personagens, expondo ainda o contraste entre o Novo Mundo, aparentemente ingênuo, e o Velho Mundo, que transborda de cultura. Ao receber uma vultosa herança, a jovem pensa em realizar seus planos de viagens para locais distantes, conhecendo pessoas e lugares. No entanto, o correr da vida se apresenta de forma distinta para ela.

A obra literária aborda, como pano de fundo, a problemática das relações sociais, com seus respectivos conflitos, os aspectos de moralidade e as barreiras para a liberdade feminina.

Henry James é conhecido como um dos expoentes do Realismo na virada do século XIX para XX. Nascido nos EUA, ele se naturalizou como britânico no final da vida. Vindo de uma família aristocrática, passou parte da infância e adolescência viajando, com pais e irmãos, por diversos países europeus. Começou a estudar Direito na Universidade de Harvard, mas abandonou o curso para se dedicar exclusivamente à literatura. Escreveu 11 romances, diversas peças de teatro, ensaios sobre viagens e críticas literárias.

A adaptação cinematográfica mais conhecida é aquela de 1996, dirigida pela neozelandesa Jane Campion (1954-) e tendo Nicole Kidman (1967-) no papel principal. A obra literária teve algumas edições em português, com destaque para os lançamentos da Companhia das Letras (inclusive em formato de bolso) traduzidos por Gilda Stuart.  

A língua cingalesa (2)

O cingalês é escrito em alfabeto próprio, o qual, conforme a divulgação em alguns sites, foi escolhido (por quem?) como um dos mais belos do mundo. Ele possui 18 vogais e 42 consoantes. E por que nosso idioma conta com apenas cinco vogais? Já vimos isso em Posts anteriores, mas não custa repetir: na maioria das línguas asiáticas as nasais e seminasais são classificadas como vogais. O idioma é tonal, não apenas nas palavras, mas também nas frases. Com isso uma mesma oração, se for pronunciada em tom descendente, constante ou ascendente, assume significados distintos.

Os pronomes pessoais só são usados na primeira e segunda pessoa, no singular e no plural. Assim tem-se: mama (eu), tuukha (você), apa (nós) e topi (vocês). Para a terceira pessoa lança-se mão de pronomes demonstrativos (esse, aquele etc.). Nesse caso, eles variam conforme a posição do falante em relação ao interlocutor, se próximo ou distante e, nessa última condição, distingue-se o distante “visível” do distante “invisível”. O cingalês praticamente não usa os pronomes relativos. É como se, em português, em vez de “o homem que escreve livros” usássemos “livros escreventes homens”. Finalmente, vale destacar o intenso uso de posposições (ao contrário das nossas preposições): a frase “sobre o livro” em cingalês é “livro sobre”.       

Dias da semana: sandudaa, angaharuvaadaa, badaadaa, brahaspatindaa, sikuraadaa, senasuraada, iridaa.

Números de 1 a 10: eka, deka, tuna, hatara, paha, haya, hata, ata, navaya, dahaya. Ao contrário da maioria das línguas indoarianas, no cingalês os números são escritos, atualmente, em algarismos ocidentais (arábicos).

Algumas expressões:


සුභ උදෑසනක්
 (subha udhaasanak- bom dia), මට ඔබව තේරැමි ගන්න බැනැ (mata obava therum ganna baha – eu não entendo), මට සමාවෙන්න (mata samaavenna – desculpe), කරැණාකරල (karunakarala – por favor), මම ඔයාට ආදරෙයි (mama oyaaṭa aadareyi – eu te amo), ඉස්තුති (istuti – obrigado). Fonte: Omniglot

Livro sobre o surgimento da linguagem (1)

No contexto desses nossos Posts sobre Literatura, torna-se oportuno comentar aqui uma obra de grande relevância para o entendimento de quando e como surgiu a linguagem. Trata-se do livro The Dawn of Language: the story of how we came to talk, de autoria do linguista sueco Sverker Johansson e publicado pela editora MacLehose Press em 2021. Até a presente data (novembro/23) não estava ainda disponível a tradução em português. Acho mais apropriado, para reflexão do leitor, que sejam apresentadas sucintamente as principais conclusões do livro:

 – Antes do surgimento da linguagem, primeiro ocorreu a definição da estrutura do pensamento. Para se falar, era necessário antes pensar. E quando foi isso? Não se sabe.

– No início da vida de nossos ancestrais, só importava o “aqui” e o “agora”. Ninguém, nessa fase, fazia planos para o futuro nem pensava em grandes deslocamentos das tribos.

– Para a questão sobre qual fator marcava mais as características de raciocínio (primeiro passo para a linguagem), se a hereditariedade (caracteres genéticos) ou o ambiente, a resposta mais adequada seria a presença de ambos os fatores, mas sem possibilidade de hierarquização, já que eles dependem de características individuais. 

– O autor destaca um aspecto por vezes esquecido ou pouco mencionado: o Homo sapiens não foi uma evolução do Homem de Neandertal, já que ambos conviveram por algumas dezenas de milhares de anos.

Frase para sobremesa: Para mim, um escritor tem justificação para escrever um livro se estiver apaixonado pelo tema (Henry James).

Bom descanso!

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