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Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)

56. Uma passagem para a Índia (A passage to India), E.M. Forster (1879-1970)

Edward Morgan Forster foi um escritor britânico, autor de seis romances. Os de maior sucesso foram A room with a view e o aclamado A passage to India. O pano de fundo da obra “Uma passagem para a Índia” é uma parte do período correspondente ao Império Britânico (1858-1947), também chamado de Raj (Império) Britânico. Como o próprio autor viveu muitos anos na Índia, seus relatos sobre o longo movimento para independência do país são bastante fidedignos, notadamente sob o aspecto do conflito de culturas. Por esse livro, Forster foi contemplado em 1924, ano do lançamento do romance, com um dos mais antigos prêmios literários britânicos, o James Tait Black Memorial Prize, onde as três primeiras palavras se referem ao nome do fundador. Além de ser o mais elogiado livro de Forster, esta foi também sua última produção, pois ele passou os 46 anos seguintes, até a data de sua morte, sem publicar nenhum outro livro. Como se explica que um escritor, glorificado particularmente pelo mencionado romance, resolve ficar quase cinco décadas sem criar nenhuma outra obra? Nesse longo período, Forster passou a se dedicar a análises sobre teoria literária, publicando diversos ensaios nesse tema. É dele a conhecida classificação de personagens em esféricos (imprevisíveis, complexos) ou planos (o oposto).

A obra foi levada às telas 60 anos depois do seu lançamento, no conhecido e premiado filme homônimo, dirigido pelo também britânico David Lean (1908-91). Por coincidência, esta foi a derradeira realização de Lean, ou seja, a última obra de um se converteu no último filme do outro. As traduções brasileiras estiveram sob o comando de Cristina Cupertino (Editora Globo, 2005 e Editora Biblioteca Azul, 2013) e Sônia Coutinho (Editora Nova Fronteira, 1981).       

Línguas da Índia (25)

Língua canaresa

O idioma canarês, também conhecido como canará ou então pelo nome inglês de kannada, é a língua oficial no estado indiano de Carnataca, localizado no sudoeste do país, cuja capital é a próspera cidade de Bangalore, a terceira mais populosa da Índia (depois de Mumbai e Delhi), um grande polo indiano de alta tecnologia e considerada com uma das cidades mais empreendedoras do mundo. Não deve ser confundida com Mangalore, este um município portuário localizado a 350 km da quase irmã Bangalore.

A língua canaresa, que também pertence à família dos idiomas dravídicos, é falada por 58 milhões de pessoas, das quais 43 milhões a utilizam como primeira língua. Registros do Antigo Canarês já existiam há aproximadamente 1.500 anos. A primeira gramática, com a estruturação do idioma, é datada do ano 1.260. O canarês é escrito em alfabeto próprio, possuindo 49 letras. As letras consonantais sempre devem possuir uma vogal inerente, a qual, no entanto, não é escrita. Na fonética existe um elevado número de consoantes retroflexas, que são aquelas articuladas com a língua curvada, utilizando-se a ponta (apicais) ou a lâmina da língua (laminais). Tais sons são muito raros nas línguas indo-europeias, à exceção do sueco e norueguês.

Como em todas as línguas dravídicas, os pronomes pessoais têm a marcação de número, mas não de gênero. Na terceira pessoa, onde não há distinção de masculino ou feminino, são usados os pronomes demonstrativos esse ou aquele, que são definidos pelo caráter de proximidade. Quanto aos aspectos verbais, existem a forma imperfeita (ação realizada) e a progressiva (ação em andamento). O uso do imperativo depende do seu conteúdo: se for uma ordem é usada a segunda pessoa, se for uma ideia de “vamos” lança-se mão da terceira pessoa. As dezenas de dialetos do canarês apresentam, em geral, variações apenas fonéticas. Na construção de algumas frases – vejam como as línguas são peculiares – a estrutura, se traduzida, provoca alguma curiosidade. Por exemplo, a expressão “sinto frio” equivale a “frio está acontecendo comigo” e a singela frase “gosto de maçãs” é construída como “para mim maçãs são um prazer”.

Dias da semana: soomavaara, mangalavaara, budhavaara, guruvaara, sukravaara, sanivaara, bhaanuvaara (muito semelhantes aos do idioma telugu).

Numerais: ೧ (ondu), ೨ (eeradu), ೩ (muuru), ೪ (naalku), ೫ (aydu), ೬ (aaru), ೭ (eelu), ೮ (eentu), ೯ (ombattu), ೧೦ (hattu).

Algumas expressões:


ನಮಸ್ತೆ
(namaste – olá), ಶುಭೋದಯ (shubhodaya – bom dia), ಹೋಗಿ ಬನ್ನಿ ಅಥವಾ ಹೋಗಿ ಬರ್ತೀರಾ? (hogi banni athavā hogi bartēra? – até logo; não é possível que não exista uma expressão mais curta para se despedir),
ತಿಳೀ’ಲಿಲ್ಲ
 (tiḷī’lilla – não entendo), ಕ್ಷಮಿಸಿ! (kshamisi – desculpe), ದಯವಿಟ್ಟು (dayaviṭṭu – por favor), ನಾ ನಿನ್ನ ಪ್ರೀತಿಸ್ತೀನಿ (naa ninna preetisteeni – eu te amo), ಧನ್ಯವಾದ (dhanyavāda – obrigado).  Fonte: Omniglot

Escritores não-suiços que faleceram na Suiça (1)

Como todos sabem, a Suiça, um país extremamente desenvolvido, possui quatro línguas oficiais, além de apresentar magníficas paisagens de lagos, rios e montanhas, sem dúvida um convite ao bem-viver. Mas também para morrer ela foi escolhida por muitos escritores e artistas em geral, como os cineastas Charles Chaplin, Jean-Luc Godard e o ator Peter Ustinov. Mas vamos aos escritores:

  • Georg Büchner, alemão, nascido em 1813 e falecido em 1837 em Zurique, muito jovem, vitimado pelo tifo;
  • James Joyce, irlandês, nascido em 1882 e falecido em 1941 em Zurique;
  • Robert Musil, austríaco, nascido em 1880 e falecido em 1942 em Genebra;
  • Thomas Mann, alemão, nascido em 1875 e falecido em 1955 em Zurique;
  • Hermann Hesse, alemão, nascido em 1877 e falecido em 1962 em Lugano;
  • Erich Maria Remarque, alemão, nascido em 1898 e falecido em 1970 em Locarno;
  • Vladimir Nabokov, russo, nascido em 1899 e falecido em 1977 em Montreux;

Frase para sobremesa: Não gosto do trabalho, ninguém gosta; mas gosto do que é no trabalho a ocasião de se descobrir a si próprio (Joseph Conrad, 1857-1924).

Bom descanso!

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