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Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)

53. O Senhor dos Anéis (The Lord of the Rings), J.R.R. Tolkien(1892-1973)

A saga mitológica do “Senhor dos Anéis” é um dos mais celebrados livros da literatura fantástica. O elemento central da história, que se passa em tempo e espaço imaginários, é um anel com inscrição. O livro mostra a luta de várias raças (humanos, anões, elfos e hobbits), no local denominado Terra-Média, contra os orques (seres do mal) para evitar que o Anel do Poder volte às mãos do seu primeiro possuidor. O autor, além de criar grupos de personagens, como os hobbits (seres baixos, que vivem descalços e moram em casas subterrâneas), também criou línguas e alfabetos. Não é para menos, pois J.R.R. Tolkien era um eminente filólogo, conhecendo os principais idiomas clássicos e diversas línguas modernas. Uma das que mais o fascinava era o finlandês, devido à sua complexa estrutura gramatical, a qual serviu de inspiração para os idiomas de fantasia que surgem em seus livros.

A trilogia de “Senhor dos Anéis”, escrita entre 1937 e 49, só foi publicada em 1954 e 55. Os livros são: 1) A Sociedade do Anel (The Fellowship of the Ring), 2) As duas Torres (The two Towers), 3) O retorno do Rei (The return of the King). No Brasil, a primeira edição em português foi editada em seis volumes (cada livro ocupando dois volumes), tendo sido lançada pela Artenova (1974 a 79), com tradução de Antônio Rocha e Alberto Monjardim. Em 1994 foi publicada pela Martins Fontes a obra completa em apenas três volumes, com tradução de Lenita M.R. Esteves e Almiro Pivetta. Há ainda uma edição mais recente da HarperCollins, com tradução de Ronald Kyrmse. Nesta última edição foram seguidas orientações do próprio autor a respeito da grafia de certos nomes. Por exemplo, o nome anões (dwarfs) era escrito no original conforme a grafia antiga de dwarves, o que levou o tradutor a verter a palavra para o português como “anãos” (por sinal um vocábulo arcaico, mas correto).

Tolkien foi, sem dúvidas o mais bem-sucedido dos escritores de literatura fantástica. Só a trilogia do “Senhor dos Anéis” vendeu mais de 160 milhões de exemplares e o total de suas obras supera 200 milhões. Tolkien nasceu na África do Sul, embora fosse de família inglesa. Quando tinha três anos de idade, mãe e irmãos (o pai já havia falecido) retornaram à Inglaterra. Ainda jovem participou ativamente em batalhas durante a Primeira Guerra Mundial. Seu primeiro livro, um conjunto de lendas do folclore inglês, foi escrito em 1925. Nesse ano ele ingressou na Universidade de Oxford como professor de Anglo-Saxão, onde permaneceu por 34 anos. Foi indicado em duas oportunidades (1961 e 67) para o Nobel de Literatura. A adaptação cinematográfica da trilogia foi conduzida, com muito sucesso, pelo diretor neozelandês Peter Jackson (1961-). No conjunto, os três filmes receberam o impressionante número de 17 Oscars.         

Línguas da Índia (22)

Língua tâmil (1)

A língua dravídica tâmil é falada em diversos estados indianos na sua região Sul e em países vizinhos, sendo um idioma oficial em Singapura. Além disso, junto com o cingalês (a ser visto em Post futuro), é um dos idiomas oficiais em Sri Lanka. Estima-se um número aproximado de 60 milhões de falantes na Índia e de oito milhões em outros países. É uma das línguas clássicas mais antigas do mundo, sendo também a primeira língua indiana a ser impressa (1578). Uma das características mais marcantes do tâmil é a existência de dois socialetos, com um sendo usado por pessoas de maior cultura e de elevado poder econômico e, outro, distinto do primeiro, falado por pessoas mais simples. Entendamos: o socialeto é a variante de uma língua falada por um determinado grupo social, ao passo que o dialeto é uma variante linguística peculiar a uma certa região geográfica. No caso do tâmil os dois socialetos diferem nas formas escrita e falada. Complementarmente, existem dezenas de dialetos da língua tâmil, conforme o local onde ela é falada. Como já vimos, trata-se assim de um idioma “pluricêntrico”, isto é, com diversas versões orais. Um menor número de idiomas, como o japonês, o russo e o português, são “monocêntricos”, ou seja, existem apenas diferenças de sotaque, as quais, obviamente, não caracterizam um dialeto.

Lembremos que a protolíngua dravídica do sul da Índia, de onde derivaram todas as grandes línguas dravídicas, existiu até o século III a.C. O idioma malaialo (próximo Post), muito próximo ao tâmil, formava uma mesma língua até o século IX. Posteriormente eles se separaram como duas línguas distintas.

Em relação ao alfabeto para escrita do tâmil, houve diversas versões utilizadas ao longo dos séculos. Atualmente a língua é escrita no clássico alfabeto devanágari. No entanto ainda hoje, em regiões muçulmanas, pode ser encontrada a escrita árabe. Particularmente no século XX esforços pela “pureza da língua” vêm sendo feitos para restringir as influências de outros idiomas no vocabulário da língua tâmil. Por outro lado, existe o caminho contrário, qual seja, palavras de origem tâmil que são empregadas nos idiomas mais falados do mundo. Alguns exemplos: anaconda (o que mata elefante), a fruta manga (de mankai), molho curry (de kari), pária (indivíduo à margem da sociedade, de pareyan), catamarã (de katu-ligadura + maram-pau). O alfabeto tâmil possui 10 vogais (5 curtas e 5 longas) e 18 consoantes.

Origem de nomes das capitais dos estados brasileiros (8)

Recife: a mais antiga das capitais brasileiras, a cidade foi fundada em 1537 com o nome de Ribeira de Mar dos Arrecifes dos Navios. Foi sede da colônia de Nova Holanda durante 24 anos (1630-54), tendo sido administrada pelo conde Maurício de Nassau (1604-79), que, ao contrário do que muitos pensam, não era holandês de nascimento, mas sim alemão. Ele ingressou em 1621 na carreira militar a serviço dos Países Baixos. Em 1709 o nome da localidade foi mudado para Vila de Santo Antônio do Recife e, em 1823, para Recife. O topônimo vem da língua árabe ár-raçif, que significa “caminho pavimentado”. A palavra “arrecife” transformou-se, por aférese, em “recife”. 

Rio Branco: o topônimo homenageia José Maria da Silva Paranhos Jr., o Barão do Rio Branco (1845-1912). Advogado, diplomata, geógrafo e historiador, ele recebeu o epíteto de “patrono da diplomacia brasileira” pelo processo de consolidação de nossas fronteiras internacionais. Em 1903 coordenou a aquisição do Território do Acre mediante compensação financeira à Bolívia. A unidade administrativa foi elevada ao nível de Estado em 1962.

Frase para sobremesa: Não posso voltar para ontem porque lá eu era uma outra pessoa (Lewis Carroll, 1832-98).

Até a próxima!

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