Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)
47. Folhas de relva (Leaves of Grass), Walt Whitman (1819-92)
O autor, considerado como “o pai da poesia norte-americana”, escreveu praticamente uma única obra de destaque, que é o livro de poemas acima referido. Em situação inédita no cenário literário mundial, o livro teve sucessivas edições, cada uma com o acréscimo de novos poemas. A primeira edição, lançada em 1855, que continha apenas 12 poemas, foi muito mal recebida pela maioria da crítica, que julgou a obra como indecente, sugerindo inclusive sua proibição. Era a primeira vez que um autor ousava escrever poemas no formato de versos livres e abordando temas sobre sexualidade. Atualmente, é desta forma, ou seja, poesia em prosa, que a maioria dos poetas em todo o mundo se expressa. As edições seguintes, sempre com o mesmo título, ocorreram em 1856 (2a edição), 1860 (3a), 1867 (4a), 1870 (5a), 1876 (6a), 1878 (7a), 1889 (8a), 1892 (9a) e 1897 (10a, esta já em caráter póstumo).
Nascido no Estado de Nova Iorque, Whitman mudou-se na infância para a cidade homônima, ali frequentando escola e trabalhando como aprendiz de impressor. Em 1850 conseguiu montar uma tipografia e uma papelaria, enquanto ainda atuava como jornalista. Faleceu na pobreza aos 72 anos de idade, em decorrência de uma pneumonia bronquial. Todas as fotos e pinturas o mostram sempre com uma vasta barba, o que não deixa de ter uma certa harmonia com os ideais de unidade cósmica, otimismo e liberdade que ele divulgava nos seus belos poemas.
A popularidade de Whitman adquiriu um forte incremento quando diversos de seus poemas foram recitados no famoso filme “Sociedade dos Poetas Mortos” (Dead Poets Society), dirigido pelo australiano Peter Weir (1944-) e com Robin Williams (1951-2014) no papel do professor. Existem duas traduções brasileiras das obras completas de Whitman: a lançada em 2005 pela Editora Iluminuras, feita por Rodrigo Garcia Lopes, com uma reedição em 2021 no formato bilingue. Destaca-se, para o leitor, a grande conveniência de edições bilingues de livros de poemas, cuja tradução pode seguir orientações diversas. A outra edição brasileira foi lançada em 2011 pela Hedra, com tradução de Bruno Gamabarotto. Em Portugal, o título foi traduzido como Folhas de Erva.
Línguas da Índia (16)
A língua sindi
Trata-se de mais um idioma indo-ariano falado na Índia (estados de Guzerate e Rajastão, 3 milhões de falantes) e no Paquistão (região sudeste do país, 24 milhões de falantes). Inicialmente escrito no alfabeto devanágari, ele passou a adotar também o perso-árabe. Enquanto na Índia as duas escritas são utilizadas, no Paquistão a língua é expressa unicamente no alfabeto perso-árabe.
A língua sindi tem sua origem na palavra sânscrita sindhu, que é o nome original do rio Indo. Ela foi a primeira língua indo-ariana a entrar em contato próximo com o persa e o árabe, em decorrência da conquista árabe da região no ano 712. A versão moderna do idioma foi estruturada pelos ingleses em 1843. Os primeiros materiais impressos em sindi surgiram em 1867 em Mumbai, na Índia. No Paquistão a língua é de ensino obrigatório na província de Sinde. Nesse país o idioma é fortemente influenciado pelo urdu, ao passo que na Índia a maior influência é do idioma hindi.
A complexa fonética do sindi é baseada na presença de 46 consoantes e 10 vogais. A gramática é semelhante àquela do punjabi, com dois gêneros (masculino e feminino) e dois números (singular e plural). As palavras podem declinar conforme alguns casos raramente encontrados em outros idiomas, como o apudessivo (do latim apud, “junto a, em”, indicação de uma citação indireta), em que é referida a localização próxima a algo ou o inessivo (local em cujo interior se passa aquilo que é expresso pelo verbo, “o carro está na garagem”) e o adessivo (posição sobre algo).
Números de 1 a 10: hi’ku, ba, te, chari, panja, chaha, satã, atha, nava, daha.
Dias da semana (para alguns dias há uma diferença entre o sindi da Índia, registrado em primeiro lugar, e o do Paquistão): Soomar, Mangal/Angaro, Budhaar/Arba, Whispat/Khamees, Jumo, Chanchar, Aachr.
Algumas expressões: Olá (Salaamu, no Paquistão; Namaste, na índia), Bom dia (Subho bakhair), Até logo (Xudaa haafizu), Desculpe (Maaf kajo), Por favor (Mehrbani karay), Obrigado (Shukrya/Mehrbani).
Origem de nomes das capitais dos estados brasileiros (2)
Boa Vista: a cidade foi fundada em 1830, na época pertencendo à jurisdição de Manaus. Em 1858 tornou-se uma freguesia, com o nome de Nossa Senhora do Carmo do Rio Branco. A próxima etapa foi a elevação à condição de vila, em 1890, sendo chamada de Boa Vista do Rio Branco, que era a denominação original da fazenda onde se localizava. Finalmente, em 1926, criou-se o município de Boa Vista, que se tornou em 1962 capital do Território Federal de Roraima, transformado em Estado em 1988.
Brasília: este nome já teria sido sugerido em 1821 por José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), o Patriarca da Independência, para a denominação de uma futura capital do país. Por coincidência ou não, o topônimo “Brasília” é o nome dado ao nosso país em russo. Neste caso as grafias da cidade e do país são ligeiramente distintas, mas a pronúncia é a mesma: Бразилия (país) e Бразилиа (cidade).
Campo Grande: a existência de terras férteis para agricultura na região do “Campo Grande da Vacaria” levou à construção do arraial de Santo Antônio do Campo Grande, transformado em município em 1899 já com o nome simplificado de Campo Grande.
Frase para sobremesa: 1)Cada um é como Deus o fez e muitas vezes ainda pior; 2) Andar por terras distantes e conviver com pessoas diversas torna os homens ponderados (Miguel de Cervantes, 1547-1616).
Bom descanso!