Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)
44. O sol também se levanta (The sun also rises), Ernest Hemingway (1899-1961)
Este livro, lançado em 1927, se constituiu no primeiro grande sucesso editorial de Hemingway. Em Portugal foi traduzido como “O sol nasce sempre”. Convido os leitores a relerem o Post 37, no qual é apresentada a biografia do escritor ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1954. Talvez cause surpresa a escolha desta obra de Hemingway como a mais bem colocada no ranking elaborado pelo site acima referenciado. Certamente, há pelo menos dois livros do autor que são muito mais conhecidos pelo público em geral: “Por quem os sinos dobram” (For whom the bell tolls, 1940) e “O velho e o mar” (The old man and the sea, 1952). O primeiro livro publicado de Hemingway é o pouco divulgado “As torrentes da primavera” (The torrents of spring, 1925). Incrível como, já no segundo romance, Hemingway vê seu nome consagrado pelos críticos que têm a difícil tarefa de selecionar e classificar a qualidade das obras.
O enredo do livro está centrado nas aventuras e desventuras, ansiedades e loucuras, de um grupo de expatriados, principalmente ingleses e norte-americanos, que viviam em Paris. O protagonista é o narrador da história, a qual conta com vários tipos humanos complexos, oriundos daquela que foi chamada “a geração perdida”, quase todos com um vazio diante da vida e os valores morais destruídos pela guerra. A inspiração para a escrita do livro é claramente autobiográfica, relembrando o próprio círculo de escritores e artistas frequentado por Hemingway em Paris. Alguns exemplos são o pintor Pablo Picasso (1881-1973) e os escritores norte-americanos Ezra Pound (1885-1972), Gertrude Stein (1874-1946) e F. Scott Fitzgerald (1896-1940).
A adaptação cinematográfica mais conhecida é aquela dirigida por Henry King (1886-1982) e estrelada por Tyrone Power (1914-58) e Ava Gardner (1922-90). No Brasil o filme teve o título de “E agora brilha o sol”.
Existem pelo menos 14 edições da obra, traduzida por Berenice Xavier, e publicada pelas editoras Civilização Brasileira, Abril Cultural e Bertrand do Brasil.
Línguas da Índia (13)
A língua punjabi (2)
A distribuição dos dialetos e subdialetos do punjabi atinge, por vezes, contornos surrealistas, dado que, em algumas regiões, dois dialetos podem seguir um processo histórico de fusão, proporcionando assim a criação de um novo dialeto. Enquanto na Índia o punjabi é ensinado na escola fundamental, no Paquistão isso não ocorre, sendo apenas uma língua eletiva no ensino secundário. Não fossem tantos falantes espalhados pelo mundo, haveria uma preocupação com o possível desaparecimento do idioma. A TV paquistanesa quase nunca transmite programas em punjabi no próprio estado de Punjab. A preocupação do governo é consolidar cada vez mais a influência do urdu em todo o país. Mas há também iniciativas no sentido contrário. Em Lahore, capital do estado paquistanês de Punjab e segunda maior cidade do país (depois de Karachi) foi criada a “Universidade Punjabi”. Trata-se da segunda universidade do mundo a ter o nome de uma língua. A primeira foi a Universidade Hebraica de Jerusalém.
Dias da semana: somvaar, mangalvaar, budhvaar, veervaar, shukravaar, sanicharvaar, aitvaar.
Números de 1 a 10: ੧ (ikk), ੨ (do), ੩ (tin), ੪ (chaar), ੫ (punj), ੬ (che), ੭ (satt), ੮ (att), ੯ (naum), ੧੦ (das).
Algumas expressões, registradas nos dois alfabetos do idioma punjabi:
ਨਮਸਕਾਰ / نمسکار (namaskar – Olá), ਸਤਿ ਸ੍ਰੀ ਅਕਾਲ ਫਿਰ ਮਿਲਾਂਗੇ ست سری آکال فیر مِلاں گے (sati sri akālfir milange – Até logo), ਮੈਂ ਨਹੀਂ ਸਮਝਿਆ। / میں نہیں سمجھیا (mẽ nahī̃ samájiā – Não entendo), ਖਿਮਾ/ਮਾਫ਼ ਕਰੋ ਜੀ। / معاف کرو جی۔ (kimā/māf karō jī – Desculpe), ਕਿਰਪਾ ਕਰਕੇ / کِرپا کرو، مہربانی کرو (kirpā karkē – Por favor), ਮੈਂ ਤੈਨੂੰ ਪਿਆਰ ਕਰਦਾ ਹਾਂ। (me tenu piaar kardan há – Eu te amo), میں تینوں پیار کردا ہاں (Eu te amo), ਧਨਵਾਦ / مہربانی (tànvād – Obrigado, na Índia), ਸ਼ੁਕਰੀਆ / شکریہ (shukrīā – Obrigado, no Paquistão, semelhante ao schukran do árabe). Fonte: Omniglot
Observem que não são usados os cumprimentos de bom dia, boa tarde e boa noite, o “olá” é suficiente. Vejam também como são longas algumas expressões – normalmente curtas em outros idiomas – a exemplo de “até logo” e “desculpe”.
Origem de nomes de estados brasileiros (4)
Paraná: mais uma vez a etimologia vem do tupi-guarani, significando “rio”. A denominação faz referência ao atual rio Paraná, curso de água de grande porte, que faz a divisa do estado do Paraná com o do Mato Grosso do Sul e o Paraguai.
Pernambuco: ainda estamos no campo das etimologias aquáticas. Uma das possibilidades é a junção, no tupi-guarani, dos termos paraná (rio ou mar) e buka (buraco), em alusão à abertura existente nos arrecifes entre Olinda e Recife. A segunda versão (já dizíamos que a grande riqueza do vocabulário tupi-guarani permite diversidade de interpretações) é semelhante: paraná + buku, ou seja, “rio comprido”.
Piauí: etimologia vem do tupi-guarani “rio das piabas ou dos piaus”, que são sinônimos para esses peixinhos.
Rio de Janeiro: a origem do nome já é bastante conhecida: quando uma expedição portuguesa comandada por Gaspar de Lemos chegou em Janeiro de 1502 ao local, o navegador julgou que a baía onde estava (atual Baía de Guanabara) seria a foz de um grande rio.
Rio Grande do Norte: origem derivada do rio Potengui; como já existia a província do Rio Grande do Sul, estabeleceu-se para a nova província a denominação de Rio Grande do Norte.
Rio Grande do Sul: acreditava-se, inicialmente, que a Lagoa dos Patos fosse a foz do Rio Guaíba, na verdade um lago, em cujas margens se situa a capital Porto Alegre.
Frase para sobremesa: O sucesso não é meu, o fracasso não é meu, mas os dois juntos me fazem (Charles Dickens, 1818-70).
Bom descanso!