Post-133

Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)

27. Grandes Esperanças (Great Expectations), Charles Dickens (1818-70)

Dickens é um dos romancistas mais populares na história da literatura inglesa. Cultuado pelo público e pela crítica, quando ainda era vivo, teve seu reconhecimento aumentado no século XX. O romance “Grandes Esperanças” é considerado como sua obra-prima. Ele foi publicado inicialmente por capítulos em uma revista, no período de 1860 a 61. Essa modalidade de publicação, que era bastante frequente na época, possibilitava que o autor fizesse correções ou complementações conforme as reações do público leitor, ao estilo de uma novela de televisão. Em 1861 a editora londrina Chapman & Hall, existente até hoje, lançou a obra em três volumes. Um dos grandes talentos de Dickens era a inspirada criação de seus personagens, caracterizados em detalhes com a competência literária do escritor. O livro em questão relata a história de Philip Pirrip, desde sua infância até a fase adulta, no gênero literário conhecido como Bildungsroman, expressão alemã que pode ser traduzida como “romance de formação”, o qual aborda o desenvolvimento moral e psicológico do personagem ao longo de sua vida. Ainda garoto, Philip ajuda a esconder Abel Magwitch, um fugitivo da prisão, que é posteriormente deportado para a Austrália. Como adolescente, Philip vai trabalhar na mansão de Miss Havisham, um dos mais fascinantes personagens imaginados pelo talento de Dickens. Ela é uma velha senhora, muito rica, que vive reclusa, acompanhada apenas por uma filha adotiva. Em grande parte do tempo anda pela casa com o antigo vestido de casamento, como recordação do noivo que a abandonara à beira do altar. Anos mais tarde, Philip passa a receber periodicamente grandes somas de dinheiro, que ele acredita serem provenientes de Miss Havisham. Na verdade, o benfeitor era o condenado, já de volta à Inglaterra. História simples, mas cativante, na qual se confrontam os estados de riqueza e pobreza, amor e rejeição. Como em todos os livros de Dickens, são evidenciados os problemas sociais existentes na era vitoriana. Alguns críticos consideram haver um certo exagero de sentimentalismo e melodrama, o que, na verdade acaba agradando ao leitor. O livro é o segundo de Dickens a ser narrado em primeira pessoa, após David Copperfield. Foram feitas pelo menos vinte adaptações ao cinema e televisão, a primeira delas em um filme mudo estrelado por Jack Pickford (1895-1933), irmão da célebre atriz Mary Pickford (1892-1979). A adaptação cinematográfica mais recente foi lançada em 2012, sob direção do britânico Mike Newell (1942-) e contando com o talento de Helena Bonham Carter (1966-) no emblemático papel de Miss Havisham.

Dentre as diversões traduções para a língua portuguesa, destacam-se as mais recentes: a de 2012, feita por Paulo Henriques Britto, editada pela Companhia das Letras e a de 2013, realizada por Doris Goettems e publicada pela Editora Landmark, esta última em edição bilingue. Sabe-se que, mesmo para bons conhecedores da língua inglesa, não é tarefa fácil a leitura de uma obra de Dickens no original, principalmente em relação às particularidades do vocabulário da época. 

Charles Dickens nasceu em uma família de classe média baixa. Aos 12 anos de idade ele teve de abandonar a escola para trabalhar, enquanto o pai estava preso pelo não pagamento de dívidas. Assim começou a vida daquele que se tornou o mais amado escritor inglês, celebrado em todo o mundo como um dos maiores romancistas da história da literatura e que gostava de reunir multidões em praça pública para ouvirem a leitura de trechos de famosos livros de sua autoria. Ele escreveu 15 romances e centenas de contos. Destaque pode ser dado aos livros David Copperfield, Oliver Twist e A tale of two cities (Um conto de duas cidades). Foi casado por um longo tempo, gerou 10 filhos, mas acabou se divorciando em 1858. Morreu em consequência de derrame cerebral, estando enterrado na Abadia de Westminster, em Londres.      

A língua hebraica (3)

Expressões bastante conhecidas na língua hebraica são, por exemplo, mazal tov, usado no sentido de “parabéns” ou de “boa sorte”, o que, no fundo, vem a ser tudo a mesma coisa. As celebrações judaicas, como um casamento, são festas muito movimentadas, ricas em comida e bebida e embaladas por músicas de ritmo contagiante. Uma das cerimônias mais importantes na vida do judeu é o bar mitzvah, quando é comemorada a concessão da maioridade religiosa aos jovens. Isto ocorre na idade de 13 anos. Para as moças, o nome é um pouco diferente, bat mitzvah, e, também, a idade, que é de 12 anos. Mas tais celebrações femininas só ocorreram a partir do século XX. 

Os numerais em hebraico apresentam uma curiosíssima particularidade: eles possuem formas femininas e masculinas (no português temos apenas para os números 1 e 2), só que há uma inversão na concordância de gênero: as formas masculinas são usadas com substantivos femininos e vice-versa. Por que os idiomas são assim? A seguir apresentamos a lista de 1 a 10 (em primeiro lugar tem-se a forma masculina, seguida da feminina): echad/achat, shnayim/shtayim, shlosha/shalosh, arba’a/arba, hamisha/hamesh, shisha/shesh, shiv’a/sheva, shmona/shmone, tish’a/tesha, assare/esser.

Pronomes pessoais (na mesma configuração): ani/anoxi, atah/at, hu/hi, anahnu, atem/aten, hem/hen.  Dias da semana: Yom Sheni, Yom Shlishi, Yom Revi’i, Yom Hamishi, Yom Shishi, Shabat, Yom Rishon.

Algumas expressões:

שלום (shalom, olá), בוקר טוב (boker tov, bom dia), להתראות (lehitraot, até logo), אני לא מבין (anil oh mevin, não entendo – forma masculina), אני לא מבינה (anil oh mevinah, feminino), סליחה (slicha, desculpe), בבקשה (bevakasha, por favor), תודה (toda, obrigado), אני אוהב אותך (ani ohev otach, eu te amo – homem para mulher), אני אוהבת אותך (ani ohevet otcha, mulher para homem)אני אוהב אותך (ani ohev otcha, homem para homem), אני אוהבת אותך (ani ohevet otach, mulher para mulher). Ufa, trabalhoso. Poderia ser pior se, nessa última expressão, ainda entrasse idade, condição social etc). Fonte: Omniglot

Só uma letrinha… (2)

Auréola (círculo dourado com que os pintores circundam as cabeças dos santos), aréola (região circular que envolve os mamilos); bolo (com “o” aberto: etapa de um jogo de baralho; com “o” fechado: iguaria à base de farinha, assada em forno); sério (sóbrio, pouco vivaz), cério (elemento químico da família dos lantanídeos); empossar (dar ou tomar posse), empoçar (formar poça); destratar (insultar), distratar (anular, rescindir); singular (não vulgar, especial), cingular (relativo a cíngulo: estrutura semelhante a um cinto); horto (área de terreno onde se cultivam plantas), orto (princípio, origem).

Frase para sobremesa: Eu não busco a poesia. Eu espero a poesia me visitar (Eugenio Montale, 1896-1981).

Até a próxima!

Leave a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *