Lista dos melhores livros de todos os tempos (www.thegreatestbooks.org)
2. Ulisses (Ulysses), James Joyce (1882-1941)
Esta é a obra mais famosa do escritor irlandês, que passou a maior parte da vida vivendo em outros países, como Itália, Suiça e, principalmente, França. O livro, publicado em 1922, é uma adaptação da celebrada “Odisseia” de Homero, transposta para o cenário de Dublin, onde o principal personagem, Leopold Bloom, tem sua vida narrada no período de 18 horas. O autor, com um inegável domínio da linguagem, lança mão de formas literárias inovadoras. Possivelmente este romance seja o mais controverso em todas as listagens de “melhores livros”, com os leitores ou adorando ou detestando, ali parece que não existe um meio termo. Além do uso de um vocabulário reconstruído, os diversos locais, ruas, parques, restaurantes, museus são apresentados ao leitor como se fossem de absoluto conhecimento público, o que exige o esforço da inserção de uma grande quantidade de notas de rodapé por parte do tradutor.
A propósito, a primeira tradução brasileira, publicada pela Editora Civilização Brasileira em 1966, foi feita pelo conhecido intelectual Antônio Houaiss (1915-99). Em 2005 foi lançada pela Editora Objetiva uma nova tradução, desta vez conduzida por Bernardina da Silva Pinheiro. A tradução mais recente é a de Caetano Galindo (1973-), publicada em 2012 pela Penguin-Companhia das Letras.
Dentre as outras obras de Joyce podem ser destacadas o livro de contos “Dublinenses” (Dubliners, 1914) e o romance “Retrato do artista quando jovem” (A portrait of the artist as a young man, 1916). Após um intervalo de 17 anos após a publicação de Ulisses, Joyce lançou uma obra de difícil leitura e tradução, dada a forte presença de fusões de palavras e de construção de neologismos: “Finnicius revém” (Finnegans wake, 1939). Joyce, que ficou praticamente cego nos dois últimos anos de vida, faleceu em Zurique (Suiça) como consequência de uma úlcera duodenal perfurada.
Outras línguas do Cáucaso (3)
A língua chechena, falada por aproximadamente 1,4 milhão de pessoas,pertence ao ramo caucasiano do norte. Ela era inicialmente escrita no alfabeto árabe, depois foi substituída pelo alfabeto latino, em seguida passou a utilizar o cirílico (1938) e, com a declaração da República da Tchechênia (em Portugal: Chechênia), em 1992, uma parte da população voltou a usar o alfabeto latino, embora o cirílico ainda possa ser encontrado em diversas regiões do país. A independência da Tchechênia, firmada em 1991, não foi reconhecida por nenhuma nação. A presença de petróleo no solo checheno, junto com choques ideológicos e políticos, tem sido a causa primária de uma série de conflitos com a Rússia e países vizinhos, os mais graves ocorrendo no período de 1994 a 96 e de 1999 a 2000. A capital do país é Grózni e a religião predominante é o islamismo.
O idioma apresenta seis gêneros (masculino, feminino e mais quatro para seres inanimados). A conjugação dos verbos é feita por classe gramatical, sem referência aos pronomes pessoais. A fonética da língua lembra aquela do árabe, com vários sons guturais ou laringais. Dependendo do dialeto, o idioma checheno pode possuir de 40 a 60 consoantes, enquanto as vogais podem exprimir mais de 40 sons, inclusive os nasalizados. Ele é um idioma aglutinante, com a presença de oito casos gramaticais. Existem diversos fonemas chamados de ejetivos, em que o som é ejetado vigorosamente da boca. Alguns verbos cognitivos (que indicam conhecimento ou desejo) são construídos de forma irregular. Por exemplo, a frase “eu sei”, em checheno é estruturada como “a mim sabe”. “Eu quero” é “a mim quer”. Duas expressões: Jüyre dika yoyla (Bom dia) e Barkalla (Obrigado).
Na vizinha República Autônoma da Inguchétia (capital: Magas), a qual era unida à Tchechênia até 1992, fala-se o inguche, que é um idioma mutuamente inteligível com o checheno. Anteriormente ele era escrito no alfabeto árabe, substituído pelo latino e, atualmente, pelo cirílico. A pequena república, a menor da Rússia, é regida por uma sociedade de clãs, na qual existem poucas diferenças de classe.
Nãomenos curiosa é a situação no Daguestão, a república mais heterogênea e etnicamente diversificada de toda a Rússia. Vocês perguntam como é o idioma daguestano? Ele não é, porque não existe. São 30 grupos étnicos, nenhum deles com maioria na população, representando 81 nacionalidades. A república (capital: Makhatchkala) possui o escandaloso número de 14 idiomas oficiais, caso único no mundo. O Daguestão, que possui uma longa faixa litorânea no Mar Cáspio (o maior lago do planeta), tem mostrado uma abertura recente para o turismo.
Conforme pode ser observado no mapa há outras duas repúblicas vizinhas na parte norte do Cáucaso: Cabárdia-Balcária (capital: Naltchick) e Carachai-Circássia (capital: Cherkessk). Os idiomas na região são subdivisões do antigo circassiano, a saber o adigue (600.000 falantes) e o cabardiano (650.000 falantes. Ambas as línguas são semelhantes e mutuamente compreensíveis. Na Cabárdia-Balcária é onde está localizado o Monte Elbruz (5642 m), o mais alto da Europa. Essas línguas compartilham algumas curiosas características, como a anexação de adjetivos e pronomes ao nome. A construção de frases com a conjunção coordenativa “e” exige que ela seja duplicada. É como se disséssemos João e Maria e. Na fonética existem sons que são produzidos com as laterais da língua, algo desconhecido para quase todos os idiomas. Duas expressões em adigue: Уипчэдыжь шιу (uiptchedigi chlu – Bom dia), Тхbayeгь϶пс϶у (tkhbauegbepsuy – Obrigado).
Origem de nomes de fábricas e modelos de veículos (3)
Peugeot: criada em 1810 na França por Armand Peugeot (1849-1915), é a marca de automóvel mais antiga do mundo.
Porsche: fábrica fundada em 1931 pelo alemão Ferdinand Porsche (1875-1951).
Renault: fundada em 1899 pelo francês Louis Renault (1877-1944).
Rolls-Royce: criada em 1906 pelos ingleses Frederick H. Royce (1863-1933) e Charles S. Rolls (1877-1910).
Rural-Wyllis: utilitário produzido pela indústria Wyllis-Overland Co., fundada pelo norte-americano John Wyllis (1873-1935).
Seat: acrônimo da indústria automotiva espanhola Sociedad Española de Automóviles de Turismo, fundada em 1953.
Simca: acrônimo de Société Industrielle de Mécanique et de Carrosserie Automobile, empresa franco-italiana, criada pela FIAT na França em 1934.
Volkswagen: indústria alemã criada em 1924, significando “carro” (Wagen) do “povo” (Volk). A letra “s” funciona como partícula de ligação.
Frase para sobremesa: Mais vale ouvir uma corda que se parte do que não ter nunca esticado um arco (Verner von Heidenstam, 1859-1940).
Bom descanso!