Lista dos melhores livros de todos os tempos
Finalizada a apresentação das biografias dos ganhadores do Prêmio Nobel de Literatura (1901-2023), entendemos que seria adequada a continuidade da apresentação dos grandes autores e de suas grandes obras. Já comentamos que muitos expoentes da literatura mundial nos últimos dois séculos não tiveram, por motivos certamente justificáveis, a oportunidade de receberem o laurel maior da Literatura. No entanto, eles já usufruem do devido registro por meio das “listas de melhores livros”. De início, cabe destacar que, como autor do Blog e pessoa responsável pela inserção dos conteúdos literários e linguísticos, não me sinto capacitado a propor uma listagem dessa natureza. Em primeiro lugar, porque me falta a estrita competência para cumprir tarefa tão complexa e relevante, já que, apesar de ávido leitor, não me considero como um crítico literário. Em segundo lugar, porque, mesmo se o fosse, não caberia impingir aos caros leitores uma avaliação que possui contornos altamente subjetivos. O que fazer então? Ora, lancemos mão das listagens facilmente disponíveis na Internet, as quais são construídas com base em opiniões de literatos de primeira linha. Conforme um sobrevoo de pesquisa que fiz sobre esse tema, tais listas existem em profusão, algo da ordem de 200. Mas como selecionar as melhores? Quais critérios seriam utilizados para julgar as qualidades (e, também, limitações) de cada uma delas? Perante essa hercúlea tarefa, temos o consolo de saber que outras pessoas já levaram a cabo tal iniciativa.
A listagem que, sob o meu ponto de vista, pode ser avaliada como a mais adequada, tem o singelo nome de The greatest books of all time (www.thegreatestbooks.org), a qual comporta o universo de 2688 livros classificados. O maior mérito dessa lista reside na transparência dos critérios adotados, sendo o primeiro deles a quantidade de vezes em que uma obra foi citada nas outras 130 listagens consultadas. Foi criado um algoritmo que pudesse representar essa grandeza, juntamente com outros atributos de cada uma dessas listas, de tal sorte que, colocado tudo no mesmo pote, pôde ser feita uma cuidadosa separação que permitisse o ranqueamento das obras escolhidas. E era exatamente o que queríamos. Obviamente não iremos apresentar as 2688 obras, já que, para tanto, este meu agradável trabalho deveria ser estendido a outras gerações futuras. A meta mais modesta é a de comentarmos, sucintamente, os cem melhores livros. Não sei, de antemão, quantos livros serão abordados em cada Post, pois tudo depende das características das obras e dos autores.
Uma segunda lista, que muito prezo, e com a qual já tive contato anteriormente, é aquela publicada pelo jornal britânico The Guardian. A iniciativa partiu de clubes de leitura noruegueses e teve a coordenação do Norwegian Nobel Institute. Este instituto, que tem a responsabilidade de escolher os vencedores do Prêmio Nobel da Paz, não tem nenhuma relação com a Academia Sueca, a quem cabe a determinação dos vencedores das outras modalidades do Prêmio Nobel, dentre elas o de Literatura. Todavia, a meu juízo, o maior mérito da referida listagem, é o de não ranquear os selecionados. As obras escolhidas são apresentadas em uma prosaica ordem alfabética. Se o tempo nos ajudar, pretendo explorar também essa listagem, ciente de que muitos livros naturalmente farão parte de ambos os inventários. Veremos.
Finalmente, em um segundo momento, analisaremos os escritores contemplados em relevantes prêmios literários, que possuam grande impacto e que sejam de renome internacional. Desta forma, acreditamos que, após tais jornadas, as mais destacadas obras da literatura universal e seus respectivos autores terão sido apresentados ao leitor. Assim, nosso objetivo estará cumprido.
Outras línguas do Cáucaso (1)
Além dos três idiomas da região do Cáucaso já abordados (armênio, azeri e georgiano), existem ainda outras línguas que mereceriam alguns comentários. Já deixamos claro que, em nenhum lugar do nosso planeta, está presente uma diversidade linguística comparada à do Cáucaso. Nem mesmo na Índia ou na Indonésia, que são conhecidos celeiros de profusão de línguas, pode ser encontrada uma tamanha variedade de expressão oral. São centenas de idiomas, de famílias linguísticas distintas, cada um deles apresentando, no mínimo, dezenas de dialetos, tudo isso reunido em um contexto geográfico relativamente restrito. Para os apreciadores da riqueza idiomática ali é o verdadeiro caldeirão de línguas, a mais fascinante sopa de letras que se possa imaginar.
Abcásio
Ele pertence ao grupo de línguas caucasianas do noroeste, sendo escrito em um alfabeto cirílico adaptado. A Abcásia (ou Abecásia) é uma região autônoma separatista da Geórgia, desde o desfecho de uma guerra civil nos anos 1992 e 93. Mas a Abcásia é um país? Caros leitores, existem perguntas que não comportam uma única resposta e esse é um bom exemplo. A Abcásia é reconhecida como estado independente por cinco países pertencentes à ONU: Rússia, Venezuela, Nicarágua, Nauru (a menor república do mundo, área de 20 km2, localizada no Pacífico) e Síria. A capital da Abcásia é a cidade de Sucumi. Estima-se que existam 130.000 falantes de Abcásio dentro da região autônoma e cerca de 50.000 que vivem na Turquia. A Abcásia, que ocupa uma área bastante montanhosa, possui também uma consistente faixa litorânea no Mar Negro. Tal característica geográfica, aliada à emblemática hospitalidade da população, fazem com que ela seja atualmente muito procurada por turistas, principalmente russos.
A língua abcásia, cujo início remonta a 4.000 a.C, é bastante similar ao idioma abazo, falado na República Russa de Carachai-Circássia (veremos em um Post a seguir). Mas, vejam que fato curioso: a gramática de ambas as línguas é praticamente a mesma, no entanto a fonética é distinta, o que, na opinião dos linguistas, configura a existência de dois idiomas. O abcásio possui apenas duas vogais, as quais apresentam várias formas de pronúncia, e 58 consoantes. Este é o padrão na maioria das línguas caucasianas – poucas vogais e muitas consoantes – levando a que o aprendizado do idioma por um estrangeiro seja tarefa assaz desafiadora.
O abcásio é uma língua aglutinativa(declinações são aglutinadas como sufixos), ergativa (o sujeito de verbos transitivos é declinado) e com elevado número de afixos (i.e., prefixos e sufixos) que ficam incorporados ao nome. Conforme decreto governamental, a partir de 2015 todos os funcionários públicos são obrigados a se comunicar em abcásio, que também é a língua da expedição de documentos oficiais. Para não embaralhar as vistas dos leitores, vamos escrever aqui apenas duas expressões comuns na fala, que são as minhas favoritas: Уа шьыжьы бзиа (ua š’yž’ybzia – Bom dia), talvez seja melhor apenas balançarmos a cabeça e construirmos um leve sorriso, e Иҭабуп (itsabup – Obrigado).
Origem de nomes de fábricas e modelos de veículos (1)
Alfa-Romeo: “Alfa” é oacrônimo de Anonima Lombarda Fabricca Automobili, fábrica italiana de automóveis localizada em Milão (capital da Lombardia). O nome “Romeo” foi acrescentado posteriormente, quando Nicola Romeo (1876-1938) comprou a indústria em 1915.
Audi: fábrica alemã fundada por August Horch (1868-1951) em Colônia no ano de 1899. O nome “Audi” é uma palavra latina que significa “ouça, escute”, mesma tradução do sobrenome “Horch”.
Bentley: empresa automobilística britânica de automóveis de luxo fundada em 1919 por Walter Owen Bentley (1888-1971).
Bugatti: criada pelo italiano Ettore Bugatti (1881-1947).
Cadillac: homenagem ao aventureiro francês Antoine de Lamothe-Cadillac (1658-1730), fundador da cidade de Detroit (1701), que já foi o maior centro mundial da indústria automobilística. A indústria foi criada em 1902 por Henry Martyn Leland (1843-1932).
Chevrolet: fabricante norte-americana de veículos, fundada pelo suíço Louis Chevrolet (1878-1941), que emigrou para os EUA.
Citroën: indústria francesa fundada em 1919 por André-Gustave Citroën (1878-1935).
Ferrari: fundada pelo italiano Enzo Ferrari (1898-1988) em 1938.
Frase para sobremesa: A cultura da humanidade não possui nada mais venerável do que o livro, nada mais maravilhoso e nada mais importante (Gerhart Hauptmann, 1862-1946).
Bom descanso!