Post 21

Escritores que ganharam o Prêmio Nobel de Literatura.

1933: Ivan Bunin (1870-1953): Foi o primeiro representante da literatura russa a ganhar o Nobel de Literatura, depois de a Academia Sueca ter pulado os consagrados nomes de Tolstoi e Tchekhov. Mas, na opinião geral do público e da crítica, a escolha foi bastante merecida. Bunin, originário de uma família nobre empobrecida, era dotado de extrema sensibilidade e de um poderoso vigor artístico. Já na infância a família e amigos comentavam sobre “sua capacidade de conhecer as estrelas, de ouvir ao longe os gorjeios das aves da região e de poder se embriagar com o cheiro de plantas ou de livros velhos.” Ele pertence ao grupo de laureados que não completaram os estudos formais, no caso de Bunin por dificuldades financeiras da família. Desde jovem teve empregos muito variados, não conseguindo, todavia, acumular recursos financeiros pois tudo era gasto em viagens. Mal voltava de uma, Bunin, já encontrava o caminho para outra, não apenas na Rússia, mas em boa parte do continente europeu e em diversos países da Ásia e África. Grande parte de sua vida de adolescente e de jovem adulto foi passada na Ucrânia, na época pertencente à União Soviética.

Suas primeiras publicações, em jornais e revistas, surgiram quando ele tinha apenas 21 anos. Um marcante impulso na sua consagração literária foi o recebimento do prestigiado Prêmio Pushkin com a idade de 33 anos, voltando a ser contemplado seis anos depois. Em 1895 ele visita Moscou e se torna um amigo muito próximo de Tchekhov. Anos depois estabelece uma sólida amizade com Maksim Gorki, um dos mais renomados escritores soviéticos, tendo-o visitado por diversas na ilha italiana de Capri, onde Gorki passava longas temporadas. Em uma dessas ocasiões Gorki designou Bunin como “o melhor escritor russo vivo.” No âmbito de conhecer as sumidades literárias do seu país, ele também teve encontros com Tolstoi, cujas ideias espiritualistas influenciaram a carreira de Bunin.    

Na vida política ele era um ferrenho anticomunista, o que criava problemas para seu pleno desenvolvimento como escritor na Rússia. Hitler e Mussolini ele designava como sendo “macacos fanáticos.” Tal situação o levou a emigrar para a França em 1920, onde passou a residir pelo resto da vida. Em 1933, quando recebeu o Nobel de Literatura, o primeiro e único a ser concedido a um refugiado, Bunin já era um dos escritores mais conhecidos da Europa. Na eclosão da Segunda Guerra Mundial, lhe foi oferecido um passaporte de refugiado, para que ele pudesse se mudar para os EUA. Bunin recusou-o e preferiu passar os conturbados anos do conflito vivendo em sua propriedade em Grasse, sul da França, onde tinha intenso contato com outros refugiados russos. Apesar de ter vivido 33 anos na França, Bunin nunca aprendeu o idioma francês corretamente, o que não combina com sua vitoriosa carreira de literato. Ora, o compositor clássico Franz Liszt, 1811-1886, nascido em uma cidade que, na época pertencia à Hungria, sendo, todavia, uma região de língua majoritária alemã, tinha como documento o passaporte húngaro (registrado como Liszt Ferenc), sempre se apresentava como húngaro, é conhecido mundialmente como um compositor húngaro, mas nunca se interessou em aprender o idioma. Assim são muitos artistas.

Embora seja difícil apontar as melhores obras de Bunin, três publicações merecem destaque: “O cavalheiro de São Francisco”, 1916 (Gospodin iz San Francisco), que foi traduzido para o inglês pelo renomado escritor D.H. Lawrence; “A vida de Arséniev” (Zhisny Arseniev), uma autobiografia escrita de 1927-38, publicada em 1939 e “Alamedas obscuras” (Tiomnie Allei), publicada em 1943. Bunin faleceu de infarto agudo de miocárdio aos 83 anos, estando enterrado no cemitério russo de Paris.

Figuras de linguagem

Barbarismo: uso de formas vernaculares inexistentes na norma culta; qualquer desvio que se comete em relação à palavra. São encontrados os seguintes tipos de barbarismo:

Ortoépico (ou seja, em relação à pronúncia): são as denominadas “cacoépias”: compania, Cleusa, cadalço.

Prosódico: são os erros na acentuação das sílabas: récorde, rúbrica, púdico, júniores, íbero, boemia.   

Gráfico: são as “cacografias”: eu intervi, um bacanal.

Semântico: são os conhecidos deslizes: dar uma mão de tinta, espinho de peixe, quantia vultuosa, preço barato, ovos estalados.

Estrangeirismos: boutique (por butique), carnet (por carnê), ticket (por tíquete);

  • Galicismos: garçon (garçom), menu (cardápio), garage (garagem), ballet (balé), através a luz (da luz), face a (em face de), revanche (desforra);
  • Anglicismos: show (espetáculo), cocktail (coquetel), corner (escanteio), hall (saguão), cow-boy (vaqueiro), know-how (experiência);
  • Italianismos: caricato, cicerone, justo agora, entrar de sócio:
  • Hispanismos: escombros (destroços), fanfarrão (gabarola).

Sutis diferenças entre expressões:

  • A princípio: no começo inicialmente.
  • Em princípio: em tese, de maneira geral.

Curiosidades da língua inglesa:

Ingenuos (ingênuo) x ingenious (engenhoso); germane (pertinente); genial (afável, jovial; em relação ao clima: suave e quente).

Frase para sobremesa: O desespero é sempre uma escolha, porque se pode duvidar sem escolher duvidar, mas não se pode desesperar sem que se escolha (Sören Kierkegaard, 1813-1855)

Até a próxima!

Leave a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *