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Escritores que ganharam o Prêmio Nobel de Literatura.

1930: Sinclair Lewis (1885-1951): Finalmente chegou a tão esperada premiação a um escritor norte-americano, atualmente o segundo país, depois da França, com o maior número de laureados. Ao final desta série de Posts sobre o Nobel apresentaremos uma estatística geral dos resultados. Sinclair era filho de um médico bastante autoritário. Após a morte da mãe, quando tinha apenas seis anos, ele passou a sofrer a opressão paterna, o que o levou a ter uma infância solitária, cujo maior tempo era dedicado à leitura. De aspecto físico curioso, por ser muito alto e magro, com o rosto cheio de acne (imaginem aa provocações que deveria receber na escola), Sinclair resolve fugir de casa aos 13 anos de idade, tendo sido encontrado pouco tempo depois. Antes de concluir o bacharelado em Literatura na conceituada Universidade de Yale, Sinclair teve uma série de pequenos empregos, inclusive como operário na construção do Canal do Panamá.

Em face da necessidade de ganhar dinheiro, ele passou a escrever histórias populares, absolutamente superficiais, que eram vendidas, sob pseudônimo, a diversas revistas do país. Durante algum tempo comercializou inclusive esboços de histórias de livros para o já famoso escritor Jack London. Após a intensa temporada de produção de romances caça-níqueis, Sinclair resolveu partir para a elaboração de conteúdos mais consistentes, tendo grande sucesso com a sua primeira obra nessa direção, o aclamado romance “Rua principal” (Main street), publicado em 1920, no qual é descrita a vida em uma pequena cidade dos EUA. Na sequência ele escreveu diversos romances com a temática da vida urbana e contendo graves objeções ao capitalismo e materialismo norte-americanos, todos tendo sucesso de crítica e de vendas. No discurso de recebimento do Nobel, em Estocolmo, Sinclair comentou a necessidade que a literatura norte-americana tinha de abolir o medo de obras que não fossem apenas para glorificar as virtudes da nação estadunidense. Sinclair sofreu por décadas com graves problemas de alcoolismo, que foram certamente uma das causas de sua morte por infarto, quando estava viajando em Roma.        

Não confundamos Sinclair Lewis com seu contemporâneo e conterrâneo Upton Sinclair (1878-1968), escritor até mais famoso e muito mais produtivo que o seu quase xará.

Figuras de linguagem

Epanortose: correção intencional de palavra ou frase dita anteriormente: gosto muito da Juliana. Não, minto. Amo-a demais; senhor juiz, este moço é um assassino, melhor dizendo, um monstro. Trata-se de outra figura de linguagem muito usada no nosso país (talvez elas sejam como as leis, umas pegam, outras não).

Preterição: figura pela qual se finge não querer falar de coisas sobre as quais se está, indiretamente, falando: Não lhes é preciso dizer que Guimarães Rosa é um dos maiores nomes da literatura brasileira; nem vale a pena mencionar o nome do João, aquele funcionário que resolveu nos abandonar.

Como a vírgula pode fazer a diferença

  • Os cinco filhos de Antônio que moram no Rio estão em Belo Horizonte (oração restritiva, significa que Antônio tem mais de cinco filhos)
  • Os cinco filhos de João, que moram no Rio, estão em Belo Horizonte (oração explicativa, significa que Antônio tem cinco filhos)

Não cabe aqui mencionar o exemplo que todos nós conhecemos desde o tempo de escola. Joãzinho é convidado pela professora a criar um pequeno texto com a frase “mãe só tem uma”. A criatividade do garoto não tem limites: – João, meu filho, vai pegar duas Cocas na geladeira; – Mãe, só tem uma. Não serve nem como piada no almoço de domingo, mas ajuda a reforçar a relevância do correto posicionamento da vírgula.

Frase para sobremesa: Existe um método seguro para resolver os dilemas éticos: perguntar-se se o comportamento em questão poderia tornar-se universal (Emanuel Kant, 1724-1804)

Até a próxima!

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