Escritores que ganharam o Prêmio Nobel de Literatura.
1911: Maurice Maeterlink (1862-1949): Escritor belga, cuja língua materna era o flamengo (nome dado ao idioma holandês falado na Bélgica), mas que escrevia suas obras em francês. Teve a chance de usufruir do Prêmio Nobel pelo longo período de 38 anos (ainda não foi o recorde, como veremos em um blogue futuro). Maeterlink era um dramaturgo de amplo reconhecimento internacional, tendo sido o principal representante do chamado teatro simbolista. De personalidade controversa, sujeito a frequentes episódios de depressão, apaixonou-se por uma atriz trinta anos mais nova, esposando-a alguns anos mais tarde. Tal diferença de idade seria pouco chamativa caso se tratasse, por exemplo, de alguém com 70 anos tendo um romance com uma mulher de 40 anos. No entanto, Maeterlink tinha 48 anos e a musa francesa apenas 18 anos. Naturalmente tais arroubos de paixão em uma figura largamente conhecida trouxeram, em primeiro lugar, o descontentamento da família e, em um segundo momento, o da igreja. Uma de suas obras teatrais mais conhecidas é Pelléas et Mélisande, transformada em ópera pelo aclamado músico francês Claude Debussy (1862-1918). Durante o período da Segunda Guerra Mundial, portanto já laureado, há muito, com o Prêmio Nobel, Maeterlink fixou residência nos EUA. Formado em direito, ele tinha o hobby de entomologista, onde angariou uma fama semelhante à da sua atuação como dramaturgo. No entanto, tal digressão lhe valeu uma consolidada acusação de plágio, quando ele teria copiado verbatim (ou ipsis litteris, vale dizer, exatamente nas mesmas palavras) trechos de um livro de autor sul-africano sobre a vida das térmitas (nome mais elegante dado aos cupins). Hoje em dia tais problemas – que podem ocorrer no mundo acadêmico – são facilmente identificáveis pelas editoras com as ferramentas da informática. Tal acusação naturalmente balançou os alicerces de sua reputação, mas a grandeza de seu currículo de escritor acabou prevalecendo. De 1947 a 1949 foi o presidente do renomado PEN International, a mais conhecida associação de escritores, com sede em Londres e representações em mais de cem países (no Brasil ela funciona no Rio de Janeiro).
No âmbito da filosofia seu livro sobre a morte (La Mort) encontrou enorme eco nos estudiosos e no público (o tema pode ser macabro, mas sua importância é inegável). Vale a pena, no contexto desse blogue, a inserção de alguns pequenos trechos da obra:
Enquanto o prolongamento da agonia aumenta o horror da morte, o horror da morte exige o prolongamento da agonia.
A eternidade deve ser considerada antes e depois do nascimento. Se o nascimento é um início, isso significa o fim de algum outro processo.
Talvez o berço seja tão trágico quanto o túmulo.
O desconhecido é necessário à nossa felicidade.
Existem quatro possibilidade após a morte: desaparecimento total; sobrevivência do espírito com nossa consciência de hoje; sobrevivência do espírito sem nenhuma espécie de consciência; sobrevivência do espírito em uma espécie de consciência universal. Esta última condição é a que Maeterlink apregoa como sendo a mais provável. Será ???!!!
Figuras de linguagem
Polissíndeto: uso repetido e intencional de uma conjunção coordenativa (geralmente e): o menino resmunga e chora e esperneia e grita; sem mocidade e sem amor e sem tostão.
Assíndeto: é o contrário do polissíndeto, ou seja, a ausência de conjunção coordenativa; sinônimo: parataxe: vim, vi, venci (em latim veni, vidi, vici), frase atribuída a Júlio César em 47 a. C. em uma mensagem ao senado romano descrevendo sua vitória na batalha de Zela (guerra contra o reino do Bósforo); chegamos, dormimos, fomos embora.
Epizeuxe: repetição de uma palavra com fins expressivos: amai, amai, que tudo o mais é nada; os olhos dela eram verdes, verdes.
Frase para sobremesa: Filosofar é aprender a morrer (Platão, 428-347 a.C.)
Bom descanso!