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Prosseguimos na apresentação dos escritores que ganharam o Prêmio Nobel de Literatura.


1903: Bjørnstjerne Bjørnson (1832-1910), (a letra “o” cruzada pronuncia-se como “ô”). Escritor norueguês bastante versátil (poesias, novelas, romances), com especial reconhecimento no continente europeu. Parecia haver chegado a hora de se laurear um autor de língua escandinava, dado que a Academia encarregada dessa difícil missão tem sede em Estocolmo, Suécia. Muito ativo politicamente, Bjørnson liderou um movimento de retomada da língua norueguesa como o idioma oficial do país. Cabe lembrar que a Noruega era um estado dependente da Dinamarca no período de 1397 a 1814, o que consolidou o dinamarquês como sendo a língua falada na Noruega (ambos os idiomas são muito semelhantes, principalmente na forma escrita). A partir de 1814 a Noruega ficou unida à Suécia, conseguindo a independência em 1905. Deste escritor li a obra A happy boy (En glad gutt), um encantador romance escrito em 1860.

1904: Nesse ano a Academia resolveu premiar dois escritores, procedimento este que ocorreu apenas em mais três ocasiões. As razões para a concessão do galardão a dois autores permanecem sempre um pouco nebulosas, portanto, sujeitas às mais diversas interpretações.

Frédéric Mistral (1830-1914), escritor francês responsável pela divulgação da língua provençal – também chamada de occitana – no âmbito da literatura. Este idioma, originário da região da Provence (França) mas que se espalha por outras partes da própria França, da Suiça e da Itália, foi um dos primeiros a serem derivados do latim vulgar. Mistral foi o grande artífice do renascimento do provençal, deixando um valioso legado de obras escritas, notadamente poemas.

José Echegaray (1832-1916), dramaturgo espanhol, graduado em Engenharia Civil. Foi sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras, assim como outros escritores de grande fama: Tolstoi, Zola, Eça de Queirós, Ibsen, Saramago. Sua obra mais conhecida é El gran Galeoto, que pode ser traduzida como O grande alcoviteiro. A peça de teatro, escrita propositalmente no linguajar utilizado no século XIX, aborda o tema universal das fofocas como destruidoras de pessoas e de famílias. Como um colega de profissão, me pergunto o que um engenheiro civil foi fazer no campo da dramaturgia. Não tenho ainda a resposta.

Figuras de linguagem


Vamos dar continuidade à apresentação.

Catacrese: metáfora já absorvida no uso comum da língua, suprindo a falta de uma palavra específica: pescoço de garrafa; braço de rio; nariz do avião. Também pode designar o uso impróprio de uma palavra: mesada semanal; embarcar no avião; ferradura de prata; alameda de eucaliptos.

Antonomásia: substituição de um nome por outro que caracterize uma qualidade conhecida: rei das selvas (por leão), cidade-luz (por Paris), a Águia de Haia (por Rui Barbosa)

Perífrase (circunlóquio): frase que exprime o que poderia ser designado por menor número de palavras. Aqui não há necessidade de exemplos, basta ligarmos a televisão ou lermos textos menos elaborados.

Elipse: supressão de um termo que pode ser facilmente subentendido: vivo feliz aqui; minha carteira não está no armário, sumiu; domingo vou ao estádio.

Zeugma: supressão de um termo já expresso: alguns estudam, outros não; eu fiz os salgados, ela os doces

Frase para sobremesa:

Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, pois na segunda vez não é o mesmo rio nem tampouco o mesmo homem. (Heráclito de Éfeso, 540-480 a. C.)

Até a próxima!

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